Contas em dia, futebol em atraso: os caminhos do Grêmio ao terceiro rebaixamento
O ponto final de um ano melancólico e de uma fase de conquistas. Este é o cenário do Grêmio neste dia 9 de dezembro, rebaixado pela terceira vez na história, de volta à Série B em 2022. Em uma só temporada, o Tricolor, que ficou em 6° no Brasileirão passado e chegou até a final da Copa do Brasil, viu o projeto consolidado e de saúde financeira do presidente Romildo Bolzan Júnior ruir dentro das quatro linhas, sem nunca deixar o Z4 em todo o Campeonato Brasileiro. Foram 38 rodadas e 43 pontos somados, com mais de 19 derrotas e somente 12 vitórias e uma 17ª colocação. Apesar da vitória por 4 a 3 sobre o Atlético-MG, viu o triunfo do Juventude sobre o Corinthians decretar sua queda.
De um dos candidatos ao título para uma campanha pífia que nunca deu sinais de plena recuperação, em todas as competições que disputou. Esse é o resumo da dramática ópera gremista. Ao longo do ano, quatro treinadores – Renato Portaluppi, Tiago Nunes, Felipão e Vagner Mancini – por diferentes motivos não conseguiram emplacar ou dar um padrão ao time.
Em campo, jogadores sem render o que poderiam e sempre mais próximos da derrota do que da vitória. Pressionados fisicamente e psicologicamente. Nas arquibancadas, em poucas oportunidades que teve de aparecer na Arena, um torcedor impaciente e insatisfeito – já com o desfecho de 2020 – e que fez do reencontro com o estádio após mais de um ano afastado pela Covid-19, cenas de frustração, protestos e vandalismo.
No entanto, os erros dentro do gramado não contam toda a história do fracasso tricolor. Eles também passaram – principalmente – pelos gabinetes da presidência ao departamento de futebol. A gestão gremista teve atuação decisiva na queda consumada neste dia 9 e com diversos episódios que culminaram no pavoroso desfecho final.
Manutenção de Renato e promessa de transição
A insatisfação com o trabalho do ídolo Renato Portaluppi perdurou ao longo de todo o ano de 2020 e ficou ainda mais forte no final da temporada. Entretanto, Romildo anunciou a renovação do treinador para mais um ano antes da final da Copa do Brasil, em que o Grêmio entraria em desvantagem e acabaria derrotado por 3 a 0 no agregado, sendo dominado nas duas partidas. A palavra da vez era: transição e chances aos jovens.
Em suas coletivas depois do título perdido, Renato e Romildo promoveram o discurso de uma maior valorização da base, utilização dos meninos da transição e de um processo de mudança no elenco gremista. O mandatário tricolor não garantiu, mas indicou a possibilidade de reforços de “hierarquia”.
As primeiras mexidas no mercado indicavam isso, com o Grêmio perto de anunciar Rafael Santos Borré e acertado com o lateral-direito Rafinha. O atacante colombiano, no entanto, causou insatisfação pela demora em responder à proposta e o time gremista deixou a negociação. Já o experiente lateral chegou para compor o grupo a pedido de Renato. Douglas Costa, que também era um desejo do técnico, acabaria sendo contratado somente depois.
Derrota para o Independiente Del Valle e demissão de Renato
O desejo de Renato e Rafinha de trabalharem juntos não resistiu à realidade. Após a vitória no Gre-Nal com o golaço de Léo Chú, o técnico Renato Portaluppi contraiu a Covid-19 e ficou afastado da casamata gremista. As infecções, aliás, atingiram outros jogadores, e o Tricolor foi até Assunção, em jogo remarcado de data e país, para fazer o duelo de ida da terceira fase da Pré-Libertadores contra o Independiente Del Valle bastante desfalcado.
No campo, o 1 a 0 aberto com Diego Souza virou um 2 a 1 para os equatorianos, e que poderia ter sido mais. O jovem goleiro Brenno foi o destaque do duelo. Na volta para Porto Alegre, o auxiliar Alexandre Mendes viu seu time perder gols em toda a primeira etapa, inaugurar o placar, mas acabar sendo novamente superado por 2 a 1 e amplamente dominado dentro da Arena.
A eliminação precoce, aliada à insatisfação e ao entendimento de que o ciclo de Renato teria chegado ao fim, fizeram com que o presidente, sempre irredutível pela saída do ídolo, convocasse uma reunião com seu conselho de administração para definir o futuro gremista. Ouviu vozes fortes a favor de uma troca, entre elas, a de Claudio Oderich, membro do grupo.
Com Covid-19 e isolado em um hotel, Renato Portaluppi encontrou-se com Romildo e – em comum acordo – segundo o Grêmio, acertou sua saída depois de mais de cinco temporadas no dia 15 de abril. Na despedida no aeroporto, centenas de torcedores saudaram o ídolo.
Título Gaúcho, invencibilidade de Tiago Nunes e pagode de Rafinha
Após cinco temporada, o Grêmio tinha novo técnico. O começo do técnico Tiago Nunes foi o oposto de seu final no time gremista. Foram oito jogos de invencibilidade, melhor campanha da fase de grupos da Copa Sul-Americana e o título gaúcho com amplo domínio diante do Inter, vencendo no Beira-Rio e controlando o maior rival na Arena.
Junto de Nunes, Marcos Hermann entrou no cargo de vice-presidente de Futebol. Foi dele a missão de sacramentar o retorno do meia Douglas Costa, após 12 anos longe de Porto Alegre. Como não poderia ser diferente, a torcida celebrou e muito a chegada do jogador, que sempre manifestou desejo de regressar.
As cornetas de celebração do título e as provocações marcaram a celebração do tetracampeonato gaúcho. Entre elas, o pagode do lateral direito Rafinha com o atacante Diego Souza, que rimaram utilizando o nome dos jogadores do Colorado. Essa celebração, entretanto, rendeu prejuízos ao time, admitido mais tarde por Hermann. “Relaxamento excessivo no protocolo”, disse à época. Familiares e convidados tiveram acesso ao vestiário, quebrando as normas adotadas para evitar infecções do coronavírus.
Um novo surto de Covid-19 foi registrado, infectando diversos atletas e membros da comissão técnica, inclusive Tiago Nunes e seus auxiliares, e jogadores como Rafinha, Diego Souza e Ferreira.
Começo terrível no Brasileirão
Longe da casamata, Tiago Nunes viu seu desfalcado time perder para o Ceará na primeira rodada. De volta ao time, o treinador não conseguiu repetir o bom começo e o Tricolor acabou somando dois pontos em 24 possíveis nas primeiras oito rodadas. Isso, deixou a equipe alternando entre a lanterna e vice-lanterna na arrancada da competição, gerando pressão imediata. As atuações também pouco convenceram. Ainda descontado fisicamente e sem o melhor ritmo, o meia Douglas Costa não conseguiu contribuir.
Depois da derrota para o Juventude, o presidente Romildo deu um “ultimato” para Tiago Nunes. Seria preciso vencer o duelo contra o Atlético-GO, na Arena. Superado por 1 a 0, o Grêmio acabou demitindo o treinador e voltando ao mercado em busca de alguém para comandar a arrancada necessária para aliviar a crise.
Felipão chega para dar estofo com as glórias do passado
A saída de Tiago Nunes deixou às claras a falta de convicção do Grêmio na busca por um novo treinador. Em dado momento, o clube ficou entre o técnico Luiz Felipe Scolari, a efetivação do jovem interino Thiago Gomes e até mesmo um retorno de Renato Portaluppi, demitido três meses antes.
Gomes foi anunciado como treinador interino, até com nota no site oficial, e comandou o time contra o Palmeiras, no Allianz Parque. Após mais uma derrota, o vice Marcos Hermann comunicou o acerto com Felipão.
As razões pela escolha por Luiz Felipe Scolari passaram pela delicada situação gremista na tabela – dois pontos e na lanterna da competição – e pela sequência difícil dos próximos jogos. No dia 9 de julho, o comandante se apresentou e deu o tom: “Vamos sofrer um pouco, mas vamos sair”. Sua estreia foi logo em um clássico Gre-Nal, que encerrou empatado em 0 a 0 na Arena.
Fechando a casa defensivamente e promovendo o modelo “Família”, Felipão foi um bombeiro e agiu de maneira equilibrada. Na Sul-Americana, o Grêmio venceu a LDU na altitude por 1 a 0 fora de casa e adquiriu um pouco de confiança.
Depois do triunfo, o time se animou e também conquistou a primeira vitória no Brasileirão contra o Fluminense no Maracanã. Sofrido, com um gol aos 45 minutos, em uma penalidade. O resultado colocou a equipe na 19ª colocação.
Falta de equilíbrio e eliminação para LDU
Apesar das duas vitórias em sequência, a equipe gremista passou a vivenciar o que lhe acompanharia até o final da temporada: a dificuldade de “engrenar”. Para começar uma sequência ruim, a equipe foi eliminada por 2 a 1 para a LDU na Arena, levando a virada e deixou a Sul-Americana nas oitavas de final.
Na sequência, também na Arena, contra o América-MG, o Tricolor só empatou em 1 a 1 e perdeu a chance de vencer duas partidas seguidas pela competição nacional. Pela Copa do Brasil, uma goleada fora de casa contra o Vitória, na fase de oitavas de final. Um 3 a 0 que tranquilizou o ambiente e encaminhou a classificação às quartas. Só que na sequência, um novo tropeço para o Red Bull Bragantino fora de casa.
Com as rodadas passando e o time atolado na zona de rebaixamento a pressão passou a aumentar para os jogadores e também ao técnico. O primeiro turno se aproximava do fim e o time gremista permanecia em 19° e distante de deixar o Z4.
Contratações emergenciais Campaz, Borja e Villasanti
O presidente Romildo Bolzan Júnior entendeu que precisaria ir ao mercado para qualificar o time e engrossar a equipe na inglória luta contra o rebaixamento. Algumas saídas como a dos jovens Ricardinho e Léo Chú foram amenizadas com as chegadas do centroavante Miguel Borja, o meia Jaminton Campaz e o volante Mathias Villasanti. Jogadores em que o Tricolor precisou investir valores expressivos.
Já na estreia, Borja marcou um gol e garantiu o triunfo contra a Chapecoense, na Arena. Era a segunda vitória gremista no Brasileirão. Na rodada seguinte, uma nova derrota por 2 a 1. Desta vez para o São Paulo, no Morumbi, com um gol no apagar das luzes.
Esse revés deixou o jogo atrasado contra o Cuiabá, na Arena Pantanal, com cara de decisão. Uma das tantas que o Grêmio teve neste ano. Nessa, valeu o resultado. Em um jogo ruim e de baixa qualidade, o Tricolor garantiu o 1 a 0 com um gol de Miguel Borja, de pênalti. No final de semana, foi a vez de vencer o Bahia na Arena. Novamente o colombiano anotou o seu e o centroavante Diego Souza também garantiu o 2 a 0.
Se as atuações não convenciam, os resultados começaram a surgir e o ambiente a se tranquilizar. O entendimento interno era de que a luta era contra a degola e as quartas de final da Copa do Brasil, contra o Flamengo, de Renato Portaluppi, não seriam a prioridade. O problema é que o time de Felipão acabou atropelado por 4 a 0 na Arena, jogando 45 minutos com um a mais e tendo feito um bom primeiro tempo.
Qualquer resquício de melhora de ambiente acabou sendo dilacerado pela chacoalhada da goleada. No final de semana, o reflexo chegou rápido. Nova derrota no Brasileirão e na Arena. Corinthians 1 a 0. Jogo marcado por um surto do volante e capitão Maicon, que reclamou muito com a arbitragem e acabou expulso logo depois do gol. Era também a primeira chance do time gremista deixar o Z4. E ela acabou desperdiçada.
Saída de Maicon, protestos e clima hostil
Depois da derrota para o Timão, Felipão ganhou pela primeira vez um tempo para treinar a equipe. A pausa da Data Fifa deu ao comandante 15 dias até o próximo duelo no Brasileirão. Entretanto, mudanças aconteceram também internamente. O volante Maicon, campeão pelo clube e referência do vestiário, acertou sua rescisão em comum acordo e encerrou sua passagem de sucesso por Porto Alegre. Ele alegou estar incomodado com sua situação física.
Ao voltarem para os treinamentos, os jogadores do Grêmio encontraram um clima hostil no CT Presidente Luiz Carvalho. Em um protesto violento – com pedras arremessadas em direção ao ônibus -, a equipe retomou os trabalhos em clima de guerra. Como reação, o presidente Romildo suspendeu os torcedores.
No campo, a volta foi positiva. Uma vitória de 2 a 0 para cima do Ceará, com atuação consistente e sem levar sustos diante de outro ex-treinador, Tiago Nunes. Já “eliminado” na Copa do Brasil, Felipão mandou um time de reservas que acabou novamente derrotado pelo Flamengo no Maracanã – 2 a 0 – no dia do aniversário do clube.
Agora pelo Brasileirão, o Grêmio venceu o Flamengo por 1 a 0 no Rio de Janeiro: a vitória que pareceu afastar o rebaixamento da realidade gremista. O resultado deixou o time precisando de um triunfo para sair do Z4 e parecia consolidar uma retomada sob o comando de Scolari. O ânimo, entretanto, durou somente uma semana. Na rodada seguinte, o clube foi atropelado pelo Athletico-PR por 4 a 2 na Arena da Baixada e deixou o torcedor assustado com a queda de rendimento em um jogo tão decisivo.
Tropeços em sequência e demissão de Felipão
Apesar da acachapante derrota, o Grêmio focou suas forças nos próximos dois jogos em casa contra Sport e Cuiabá, que poderiam tirar o time da zona de rebaixamento pela primeira vez no Brasileirão. No reencontro com o torcedor após quase dois anos com as arquibancadas fechadas, uma nova frustração. Jogando mal, o time perdeu de 2 a 1 para o clube pernambucano, que vivia crise interna e não vencia há dez rodadas.
O baixo rendimento acendeu alerta para Felipão, que defendia uma atuação mais conservadora e não tão ofensiva. Em coletivas, diversas vezes o treinador alertou: “Jogando ofensivamente, o time fez dois pontos em 24 jogos”. No meio da semana, um novo tropeço contra o Cuiabá, um 2 a 2, em jogo que o Tricolor precisou buscar o empate duas vezes dentro de casa e por detalhe não foi derrotado. Era a quarta vez que a equipe poderia deixar o Z4 e desperdiçou a chance.
Mesmo com a campanha deprimente, o Grêmio via seus adversários “ajudarem” e somando somente um ponto em seis, foi para um confronto direto contra o Santos na Vila Belmiro novamente podendo deixar o Z4 em caso de vitória. Àquela altura, era a quinta oportunidade. Apostando num esquema com três zagueiros e três volantes, o time gremista foi pressionado o jogo todo e foi derrotado por 1 a 0. O gol santista saiu com requintes de crueldade no último minuto e deu o tom da adversidade.
Após coletivas garantindo a permanência e a sequência de Felipão, o Grêmio anunciou a demissão do ídolo na madrugada de domingo para segunda-feira. “Em comum acordo”, o vínculo do treinador foi encerrado no dia dez de outubro.
Chegada de Mancini e Dênis Abrahão
Na décima nona colocação, e distante sete pontos de deixar a zona de rebaixamento, o Grêmio foi buscar em velhos conhecidos a solução para a cada vez mais improvável permanência na Série A. Depois de perder mais uma, dessa vez para o Fortaleza, no Castelão, sob o comando do interino Thiago Gomes. O Tricolor anunciou a saída do vice-presidente de futebol Marcos Hermann.
Sem Hermann, a direção gremista buscou em Denis Abrahão, enérgico cartola e campeão pelo clube na década de 90, alguém para sacudir o vestiário e assumir a pasta. Era uma mudança brusca em relação ao estilo comedido e apaziguador do antigo vice.
Coube a Abrahão, acertar a chegada do também ex-jogador da década de 90 e treinador “bombeiro”, Vagner Mancini. O técnico, que tem em seu passado recente recuperações com América-MG, nessa temporada, e o Corinthians, no campeonato passado, deixou o Coelho em Minas Gerais e aceitou o desafio de retornar ao clube que comandou em 2008 e foi demitido sem ser derrotado.
Depois de coletivas fortes do vice de futebol e técnicas do novo comandante, o Grêmio se mobilizou para ter seu torcedor ao lado no jogo contra o Juventude na Arena. Em uma Arena pela primeira vez “lotada”, ainda sob restrições da Covid-19, o time venceu o rival estadual por 3 a 2 e novamente se credenciou a deixar o Z4 com 26 pontos.
O problema é que a sina se repetiu. Depois de um resultado positivo e na sétima chance de deixar a zona de rebaixamento, a equipe de Mancini foi duramente superada por 2 a 0 pelo Atlético-GO fora de casa. O resultado, diante dos próximos compromissos, indicava mais sofrimento ainda para os gaúchos.
Invasão da torcida na Arena
Com mais uma semana de trabalho, Mancini tinha diante de si um desafio enorme na Arena, novamente com o torcedor marcando presença: o Palmeiras. Apesar de sair ganhando, o Grêmio sofreu a virada em pênalti infantil de Thiago Santos e teve – para aumentar o drama – um gol de empate anulado do jovem Elias, antes de Breno Lopes dar números finais a uma nova derrota: 3 a 1.
Para piorar, o Tricolor teve ainda mais uma derrota. Perdeu para a civilidade. Um grupo de cerca de 25 torcedores invadiu o gramado, vandalizou a cabine do VAR, agrediu policiais e alguns jornalistas, piorando a já grave situação. As imagens foram claras e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva não teve outra opção a não ser suspender a presença de torcedores gremistas no momento em que a CBF autorizava a volta das torcidas no Brasil.
Com o 12° jogador suspenso, Denis Abrahão e a cúpula gremista correram para identificar os responsáveis, mas isso não sensibilizou o Tribunal, que concedeu liminar positiva à Procuradoria e proibiu a presença das torcidas até o julgamento. A decisão, para completar, veio em plena semana Gre-Nal, com um confronto atrasado contra o líder Atlético-MG no Mineirão na quarta-feira.
No compromisso ainda do primeiro turno, o Grêmio fez bom primeiro tempo, perdeu oportunidades. Entretanto, saiu atrás no marcador e apesar de encontrar o empate com o Campaz, foi derrotado em pênalti assinalado pelo VAR. Nas coletivas, os cartolas ficaram na bronca com o árbitro.
Derrota no Gre-Nal
O clássico Gre-Nal tem a capacidade de arrumar ou piorar ainda mais a “casa” no Rio Grande do Sul. É a principal rivalidade do País. Na desesperadora situação gremista, esse potencial se elevou na décima potência. Carregando o fardo de três derrotas seguidas, Mancini preparou sua equipe para uma decisão no estádio Beira-Rio. O Inter, por sua vez, via o jogo com a chance de redenção para todas as cornetas recebidas nos últimos anos e de afundar seu maior rival ainda mais.
Deu Inter: 1 a 0, gol de Taison, em jogo equilibrado, mas com vantagem colorada no geral. Com o Beira-Rio repleto de torcedores, o apito final foi marcado por uma celebração digna de título. Com direito a foto no meio do campo. Patrick ergueu dois caixões com as cores gremistas, o que provocou a ira de alguns atletas gremistas e um começo de confusão se ensaiou. Nas arquibancadas, muita zoação e festa, tudo dentro do futebol.
O panorama gremista não se alterou muito apesar das derrotas. Como já era dramático, assim permaneceu. Eram nove pontos de diferença para a primeira equipe fora do Z4 e nove jogos por fazer. As projeções apontavam a necessidade de 6 vitórias.
Abalado pela derrota no Gre-Nal e repleto de desfalques, o time conseguiu somar forças e vencer o Fluminense por 1 a 0 na Arena. A essa altura, os principais rivais na luta pela permanência eram Bahia, Sport, Atlético-GO e Juventude.
Animado pelo triunfo, o Tricolor encarou o América-MG fora de casa e teve mais um duro golpe. 3 a 1 em atuação péssima. Nas coletivas, novamente o vice de Futebol Abrahão direcionou críticas à arbitragem em pênalti não marcado em cima de Elias na área.
Melhora insuficiente
Precisando vencer cinco jogos, o Grêmio olhava para a tabela com uma visão favorável e assim cumpriu. Com duas vitórias sobre os reservas do Red Bull Bragantino e da já rebaixada Chapecoense, o Tricolor deu sinal de vida na competição e subiu para a 18° colocação com 35 pontos. A distância, que antes já chegou a ser de nove, agora estava em quatro pontos, com cinco rodadas para disputar. Os rivais diretos também sofriam instabilidade.
Quis o destino que o técnico Renato Portaluppi reaparecesse no caminho gremista no final do ano e justamente num momento de desespero. Em jogo atrasado da segunda rodada, o Flamengo visitou a Arena na semana da decisão da Libertadores. Com reservas de luxo, os cariocas abriram dois a zero com um homem a mais e o destino tricolor parecia selado aos 28 minutos do segundo tempo. Na base da raça, o Grêmio conseguiu encontrar o empate e somar mais um ponto. Agora, eram 36 pontos, quatro para deixar o Z4 e quatro rodadas para o fim da competição.
Vexame na Bahia e jogadores afastados
O Grêmio se preparou para uma “final de Copa do Mundo”, segundo seus dirigentes, para o confronto direto contra o Bahia, na Arena Fonte Nova. Era o duelo entre o Tricolor gaúcho, com 36 pontos, e os baianos, com 37. Preparação à parte, o que se viu foi um time apático e que foi facilmente superado por 3 a 1. A derrota teve falhas do goleiro Gabriel Grando e do zagueiro Pedro Geromel. O resultado virtualmente rebaixou o time gremista.
A forma como a derrota aconteceu provocou reações do vice de futebol, Denis Abrahão, que criticou a “apatia do grupo de jogadores”. Na segunda-feira, depois da partida, o dirigente anunciou que sete jogadores – Jean Pyerre, Leo Pereira, Leo Gomes, Everton, Luiz Fernando, Guilherme Guedes e Paulo Miranda – estavam sendo liberados da temporada. Em mais uma forte coletiva, Abrahão alegou que era preciso tomar alguma atitude “antes tarde do que mais tarde”. Ele garantiu que os jogadores não eram considerados culpados pelo momento, mas a ideia era concluir o Brasileirão com um grupo mais enxuto e sonhar com as remotas chances de permanência.
“Dignidade” e fustração
A palavra dignidade foi utilizada pelo presidente Romildo Bolzan Júnior depois do Grêmio perder para o Bahia. Ali, ele admitia o ainda virtual rebaixamento. De fato, nos últimos jogos, o Tricolor se reencontrou, ao menos, com a garra e não repetiu as atuações desastrosas que marcaram o Brasileirão 2021. Foi assim que o time atropelou o São Paulo por 3 a 0 na Arena e deu a ilusão de que poderia começar uma reação incrível nas últimas rodadas. Porém, foi tarde demais.
Gomes foi anunciado como treinador interino, até com nota no site oficial, e comandou o time contra o Palmeiras, no Allianz Parque. Após mais uma derrota, o vice Marcos Hermann comunicou o acerto com Felipão.
As razões pela escolha por Luiz Felipe Scolari passaram pela delicada situação gremista na tabela – dois pontos e na lanterna da competição – e pela sequência difícil dos próximos jogos. No dia 9 de julho, o comandante se apresentou e deu o tom: “Vamos sofrer um pouco, mas vamos sair”. Sua estreia foi logo em um clássico Gre-Nal, que encerrou empatado em 0 a 0 na Arena.
Fechando a casa defensivamente e promovendo o modelo “Família”, Felipão foi um bombeiro e agiu de maneira equilibrada. Na Sul-Americana, o Grêmio venceu a LDU na altitude por 1 a 0 fora de casa e adquiriu um pouco de confiança.
Depois do triunfo, o time se animou e também conquistou a primeira vitória no Brasileirão contra o Fluminense no Maracanã. Sofrido, com um gol aos 45 minutos, em uma penalidade. O resultado colocou a equipe na 19ª colocação.
Falta de equilíbrio e eliminação para LDU
Apesar das duas vitórias em sequência, a equipe gremista passou a vivenciar o que lhe acompanharia até o final da temporada: a dificuldade de “engrenar”. Para começar uma sequência ruim, a equipe foi eliminada por 2 a 1 para a LDU na Arena, levando a virada e deixou a Sul-Americana nas oitavas de final.
Na sequência, também na Arena, contra o América-MG, o Tricolor só empatou em 1 a 1 e perdeu a chance de vencer duas partidas seguidas pela competição nacional. Pela Copa do Brasil, uma goleada fora de casa contra o Vitória, na fase de oitavas de final. Um 3 a 0 que tranquilizou o ambiente e encaminhou a classificação às quartas. Só que na sequência, um novo tropeço para o Red Bull Bragantino fora de casa.
Com as rodadas passando e o time atolado na zona de rebaixamento a pressão passou a aumentar para os jogadores e também ao técnico. O primeiro turno se aproximava do fim e o time gremista permanecia em 19° e distante de deixar o Z4.
Contratações emergenciais Campaz, Borja e Villasanti
O presidente Romildo Bolzan Júnior entendeu que precisaria ir ao mercado para qualificar o time e engrossar a equipe na inglória luta contra o rebaixamento. Algumas saídas como a dos jovens Ricardinho e Léo Chú foram amenizadas com as chegadas do centroavante Miguel Borja, o meia Jaminton Campaz e o volante Mathias Villasanti. Jogadores em que o Tricolor precisou investir valores expressivos.
Já na estreia, Borja marcou um gol e garantiu o triunfo contra a Chapecoense, na Arena. Era a segunda vitória gremista no Brasileirão. Na rodada seguinte, uma nova derrota por 2 a 1. Desta vez para o São Paulo, no Morumbi, com um gol no apagar das luzes.
Esse revés deixou o jogo atrasado contra o Cuiabá, na Arena Pantanal, com cara de decisão. Uma das tantas que o Grêmio teve neste ano. Nessa, valeu o resultado. Em um jogo ruim e de baixa qualidade, o Tricolor garantiu o 1 a 0 com um gol de Miguel Borja, de pênalti. No final de semana, foi a vez de vencer o Bahia na Arena. Novamente o colombiano anotou o seu e o centroavante Diego Souza também garantiu o 2 a 0.
Se as atuações não convenciam, os resultados começaram a surgir e o ambiente a se tranquilizar. O entendimento interno era de que a luta era contra a degola e as quartas de final da Copa do Brasil, contra o Flamengo, de Renato Portaluppi, não seriam a prioridade. O problema é que o time de Felipão acabou atropelado por 4 a 0 na Arena, jogando 45 minutos com um a mais e tendo feito um bom primeiro tempo.
Qualquer resquício de melhora de ambiente acabou sendo dilacerado pela chacoalhada da goleada. No final de semana, o reflexo chegou rápido. Nova derrota no Brasileirão e na Arena. Corinthians 1 a 0. Jogo marcado por um surto do volante e capitão Maicon, que reclamou muito com a arbitragem e acabou expulso logo depois do gol. Era também a primeira chance do time gremista deixar o Z4. E ela acabou desperdiçada.
Saída de Maicon, protestos e clima hostil
Depois da derrota para o Timão, Felipão ganhou pela primeira vez um tempo para treinar a equipe. A pausa da Data Fifa deu ao comandante 15 dias até o próximo duelo no Brasileirão. Entretanto, mudanças aconteceram também internamente. O volante Maicon, campeão pelo clube e referência do vestiário, acertou sua rescisão em comum acordo e encerrou sua passagem de sucesso por Porto Alegre. Ele alegou estar incomodado com sua situação física.
Ao voltarem para os treinamentos, os jogadores do Grêmio encontraram um clima hostil no CT Presidente Luiz Carvalho. Em um protesto violento – com pedras arremessadas em direção ao ônibus -, a equipe retomou os trabalhos em clima de guerra. Como reação, o presidente Romildo suspendeu os torcedores.
No campo, a volta foi positiva. Uma vitória de 2 a 0 para cima do Ceará, com atuação consistente e sem levar sustos diante de outro ex-treinador, Tiago Nunes. Já “eliminado” na Copa do Brasil, Felipão mandou um time de reservas que acabou novamente derrotado pelo Flamengo no Maracanã – 2 a 0 – no dia do aniversário do clube.
Agora pelo Brasileirão, o Grêmio venceu o Flamengo por 1 a 0 no Rio de Janeiro: a vitória que pareceu afastar o rebaixamento da realidade gremista. O resultado deixou o time precisando de um triunfo para sair do Z4 e parecia consolidar uma retomada sob o comando de Scolari. O ânimo, entretanto, durou somente uma semana. Na rodada seguinte, o clube foi atropelado pelo Athletico-PR por 4 a 2 na Arena da Baixada e deixou o torcedor assustado com a queda de rendimento em um jogo tão decisivo.
Tropeços em sequência e demissão de Felipão
Apesar da acachapante derrota, o Grêmio focou suas forças nos próximos dois jogos em casa contra Sport e Cuiabá, que poderiam tirar o time da zona de rebaixamento pela primeira vez no Brasileirão. No reencontro com o torcedor após quase dois anos com as arquibancadas fechadas, uma nova frustração. Jogando mal, o time perdeu de 2 a 1 para o clube pernambucano, que vivia crise interna e não vencia há dez rodadas.
O baixo rendimento acendeu alerta para Felipão, que defendia uma atuação mais conservadora e não tão ofensiva. Em coletivas, diversas vezes o treinador alertou: “Jogando ofensivamente, o time fez dois pontos em 24 jogos”. No meio da semana, um novo tropeço contra o Cuiabá, um 2 a 2, em jogo que o Tricolor precisou buscar o empate duas vezes dentro de casa e por detalhe não foi derrotado. Era a quarta vez que a equipe poderia deixar o Z4 e desperdiçou a chance.
Mesmo com a campanha deprimente, o Grêmio via seus adversários “ajudarem” e somando somente um ponto em seis, foi para um confronto direto contra o Santos na Vila Belmiro novamente podendo deixar o Z4 em caso de vitória. Àquela altura, era a quinta oportunidade. Apostando num esquema com três zagueiros e três volantes, o time gremista foi pressionado o jogo todo e foi derrotado por 1 a 0. O gol santista saiu com requintes de crueldade no último minuto e deu o tom da adversidade.
Após coletivas garantindo a permanência e a sequência de Felipão, o Grêmio anunciou a demissão do ídolo na madrugada de domingo para segunda-feira. “Em comum acordo”, o vínculo do treinador foi encerrado no dia dez de outubro.
Chegada de Mancini e Dênis Abrahão
Na décima nona colocação, e distante sete pontos de deixar a zona de rebaixamento, o Grêmio foi buscar em velhos conhecidos a solução para a cada vez mais improvável permanência na Série A. Depois de perder mais uma, dessa vez para o Fortaleza, no Castelão, sob o comando do interino Thiago Gomes. O Tricolor anunciou a saída do vice-presidente de futebol Marcos Hermann.
Sem Hermann, a direção gremista buscou em Denis Abrahão, enérgico cartola e campeão pelo clube na década de 90, alguém para sacudir o vestiário e assumir a pasta. Era uma mudança brusca em relação ao estilo comedido e apaziguador do antigo vice.
Coube a Abrahão, acertar a chegada do também ex-jogador da década de 90 e treinador “bombeiro”, Vagner Mancini. O técnico, que tem em seu passado recente recuperações com América-MG, nessa temporada, e o Corinthians, no campeonato passado, deixou o Coelho em Minas Gerais e aceitou o desafio de retornar ao clube que comandou em 2008 e foi demitido sem ser derrotado.
Depois de coletivas fortes do vice de futebol e técnicas do novo comandante, o Grêmio se mobilizou para ter seu torcedor ao lado no jogo contra o Juventude na Arena. Em uma Arena pela primeira vez “lotada”, ainda sob restrições da Covid-19, o time venceu o rival estadual por 3 a 2 e novamente se credenciou a deixar o Z4 com 26 pontos.
O problema é que a sina se repetiu. Depois de um resultado positivo e na sétima chance de deixar a zona de rebaixamento, a equipe de Mancini foi duramente superada por 2 a 0 pelo Atlético-GO fora de casa. O resultado, diante dos próximos compromissos, indicava mais sofrimento ainda para os gaúchos.
Invasão da torcida na Arena
Com mais uma semana de trabalho, Mancini tinha diante de si um desafio enorme na Arena, novamente com o torcedor marcando presença: o Palmeiras. Apesar de sair ganhando, o Grêmio sofreu a virada em pênalti infantil de Thiago Santos e teve – para aumentar o drama – um gol de empate anulado do jovem Elias, antes de Breno Lopes dar números finais a uma nova derrota: 3 a 1.
Para piorar, o Tricolor teve ainda mais uma derrota. Perdeu para a civilidade. Um grupo de cerca de 25 torcedores invadiu o gramado, vandalizou a cabine do VAR, agrediu policiais e alguns jornalistas, piorando a já grave situação. As imagens foram claras e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva não teve outra opção a não ser suspender a presença de torcedores gremistas no momento em que a CBF autorizava a volta das torcidas no Brasil.
Com o 12° jogador suspenso, Denis Abrahão e a cúpula gremista correram para identificar os responsáveis, mas isso não sensibilizou o Tribunal, que concedeu liminar positiva à Procuradoria e proibiu a presença das torcidas até o julgamento. A decisão, para completar, veio em plena semana Gre-Nal, com um confronto atrasado contra o líder Atlético-MG no Mineirão na quarta-feira.
No compromisso ainda do primeiro turno, o Grêmio fez bom primeiro tempo, perdeu oportunidades. Entretanto, saiu atrás no marcador e apesar de encontrar o empate com o Campaz, foi derrotado em pênalti assinalado pelo VAR. Nas coletivas, os cartolas ficaram na bronca com o árbitro.
Derrota no Gre-Nal
O clássico Gre-Nal tem a capacidade de arrumar ou piorar ainda mais a “casa” no Rio Grande do Sul. É a principal rivalidade do País. Na desesperadora situação gremista, esse potencial se elevou na décima potência. Carregando o fardo de três derrotas seguidas, Mancini preparou sua equipe para uma decisão no estádio Beira-Rio. O Inter, por sua vez, via o jogo com a chance de redenção para todas as cornetas recebidas nos últimos anos e de afundar seu maior rival ainda mais.
Deu Inter: 1 a 0, gol de Taison, em jogo equilibrado, mas com vantagem colorada no geral. Com o Beira-Rio repleto de torcedores, o apito final foi marcado por uma celebração digna de título. Com direito a foto no meio do campo. Patrick ergueu dois caixões com as cores gremistas, o que provocou a ira de alguns atletas gremistas e um começo de confusão se ensaiou. Nas arquibancadas, muita zoação e festa, tudo dentro do futebol.
O panorama gremista não se alterou muito apesar das derrotas. Como já era dramático, assim permaneceu. Eram nove pontos de diferença para a primeira equipe fora do Z4 e nove jogos por fazer. As projeções apontavam a necessidade de 6 vitórias.
Abalado pela derrota no Gre-Nal e repleto de desfalques, o time conseguiu somar forças e vencer o Fluminense por 1 a 0 na Arena. A essa altura, os principais rivais na luta pela permanência eram Bahia, Sport, Atlético-GO e Juventude.
Animado pelo triunfo, o Tricolor encarou o América-MG fora de casa e teve mais um duro golpe. 3 a 1 em atuação péssima. Nas coletivas, novamente o vice de Futebol Abrahão direcionou críticas à arbitragem em pênalti não marcado em cima de Elias na área.
Melhora insuficiente
Precisando vencer cinco jogos, o Grêmio olhava para a tabela com uma visão favorável e assim cumpriu. Com duas vitórias sobre os reservas do Red Bull Bragantino e da já rebaixada Chapecoense, o Tricolor deu sinal de vida na competição e subiu para a 18° colocação com 35 pontos. A distância, que antes já chegou a ser de nove, agora estava em quatro pontos, com cinco rodadas para disputar. Os rivais diretos também sofriam instabilidade.
Quis o destino que o técnico Renato Portaluppi reaparecesse no caminho gremista no final do ano e justamente num momento de desespero. Em jogo atrasado da segunda rodada, o Flamengo visitou a Arena na semana da decisão da Libertadores. Com reservas de luxo, os cariocas abriram dois a zero com um homem a mais e o destino tricolor parecia selado aos 28 minutos do segundo tempo. Na base da raça, o Grêmio conseguiu encontrar o empate e somar mais um ponto. Agora, eram 36 pontos, quatro para deixar o Z4 e quatro rodadas para o fim da competição.
Vexame na Bahia e jogadores afastados
O Grêmio se preparou para uma “final de Copa do Mundo”, segundo seus dirigentes, para o confronto direto contra o Bahia, na Arena Fonte Nova. Era o duelo entre o Tricolor gaúcho, com 36 pontos, e os baianos, com 37. Preparação à parte, o que se viu foi um time apático e que foi facilmente superado por 3 a 1. A derrota teve falhas do goleiro Gabriel Grando e do zagueiro Pedro Geromel. O resultado virtualmente rebaixou o time gremista.
A forma como a derrota aconteceu provocou reações do vice de futebol, Denis Abrahão, que criticou a “apatia do grupo de jogadores”. Na segunda-feira, depois da partida, o dirigente anunciou que sete jogadores – Jean Pyerre, Leo Pereira, Leo Gomes, Everton, Luiz Fernando, Guilherme Guedes e Paulo Miranda – estavam sendo liberados da temporada. Em mais uma forte coletiva, Abrahão alegou que era preciso tomar alguma atitude “antes tarde do que mais tarde”. Ele garantiu que os jogadores não eram considerados culpados pelo momento, mas a ideia era concluir o Brasileirão com um grupo mais enxuto e sonhar com as remotas chances de permanência.
“Dignidade” e fustração
A palavra dignidade foi utilizada pelo presidente Romildo Bolzan Júnior depois do Grêmio perder para o Bahia. Ali, ele admitia o ainda virtual rebaixamento. De fato, nos últimos jogos, o Tricolor se reencontrou, ao menos, com a garra e não repetiu as atuações desastrosas que marcaram o Brasileirão 2021. Foi assim que o time atropelou o São Paulo por 3 a 0 na Arena e deu a ilusão de que poderia começar uma reação incrível nas últimas rodadas. Porém, foi tarde demais.
Ainda que não dependesse só de si, a direção fez promoção de ingressos para ter o torcedor do seu lado e os gremistas atenderam ao pedido. Foram mais de 33 mil aficcionados nas arquibancadas com olho no Atlético Mineiro e ouvindo em Fortaleza x Bahia e Juventude x Corinthians. Os presentes viram bela apresentação e muitos gols, com o 4 a 3 fazendo breve festa, até que os resultados contrários começaram a se consolidar. O Fortaleza até derrubou o Bahia, de virada por 2 a 1; mas o Corinthians não fez frente ao Juventude e com o 1 a 0 do clube da Serra, foi decretado o rebaixamento tricolor.
Fonte: Correio do Povo