Estudo faz panorama da gestão da água e saneamento no RS
Em 2019, 98,8% da população do Rio Grande do Sul tinha acesso a alguma fonte segura de abastecimento de água com uma frequência mínima de quatro dias da semana, enquanto 70,1% residia em domicílio com esgoto conectado a rede geral de coleta, rede pluvial ou fossa séptica ligada à rede. Os dados estão incluídos no estudo “Disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento no RS”, produzido pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e divulgado nesta segunda-feira (27/9).
A publicação dá sequência às pesquisas do departamento destinadas a monitorar a situação do Estado em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Entre os 17 objetivos, o ODS 6 trata sobre “Assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e o saneamento para todas e todos”. A partir do objetivo, foram estabelecidas pela ONU oito metas para analisar o acesso da população à água potável de qualidade e de fontes seguras e ao esgotamento sanitário.
O estudo relativo ao ano de 2019, elaborado pela pesquisadora Mariana Lisboa Pessoa, conta com diversas fontes, em especial os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE). “Este ano não contamos com os indicadores propostos pelo Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada] para acompanhamento do ODS, por falta de bases de dados atualizadas. Assim, contamos com dados alternativos para fazer a análise da evolução da situação do saneamento no Estado e no país”, explica Mariana.
Os dados de abastecimento por fonte segura de água do Rio Grande do Sul colocam o Estado na sexta posição no ranking do país, atrás de Distrito Federal, Piauí, Tocantins, Minas Gerais e Goiás, sendo o indicador nacional de 93,2% no ano analisado.
Quando considerado apenas o fornecimento de água pela rede geral de abastecimento, o percentual de moradores do Rio Grande do Sul com acesso era de 88% em 2019, uma queda em relação aos 89,8% verificados em 2018. Em 2019, 11,8% dos gaúchos tinham acesso a água por outras formas de abastecimento, como poço profundo ou artesiano (8,1%) e outras fontes (3,7%).
Em relação ao saneamento, o percentual da população gaúcha com esgoto conectado a rede geral de coleta, rede pluvial ou fossa séptica ligada à rede colocava o Estado na sétima posição do ranking nacional. No Brasil, o percentual de acesso da população chegava a 66,3%. Quanto à existência de banheiros nos domicílios, 99,8% das casas no Rio Grande do Sul tinham um, o que deixa o Estado na nona posição no país.
Na questão do tratamento de esgoto, 25,9% da população do Rio Grande do Sul residia em domicílio com acesso ao serviço, enquanto no Brasil o percentual chegava a 49,1%. O estudo do DEE/SPGG ainda mostra que a taxa de incidência de internações hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) relacionadas à falta de saneamento foi de 7,14 por 10 mil habitantes, enquanto no Brasil a taxa era de 13,01.
“Os indicadores de 2019 apresentam uma variação sutil em relação aos anos anteriores. Uma explicação para esse movimento é que os indicadores relacionados a saneamento dependem de obras de infraestrutura de grande porte, de execução demorada, para refletir em melhorias nos números”, destaca Mariana.
Texto: Vagner Benites/Ascom SPGG
Edição: Secom