Estação Rodoviária de Espumoso será fechada
Márcia Gonçalves Dias, que administra a Estação Rodoviária de Espumoso desde 2017, e que atua no local desde 1997, informou nesta quinta-feira, 12 de agosto, que está encerrando as atividades do ponto. A rodoviária deixará de funcionar no próximo dia 20 de agosto
Em entrevista à nossa reportagem, Márcia explicou que a rodoviária será fechada em função da pandemia, que fez o movimento de passageiros cair em mais de 80%, inviabilizando o pagamento dos custos fixos do local. Ela já havia obtido por parte da administração municipal, que é dona do imóvel, a isenção do aluguel de meio salário mensal, o que postergou o encerramento das atividades em mais alguns meses, o que não é mais possível adiar a partir de agora.
Com o fechamento não haverá mais venda de passagens no local, sendo que os ônibus das empresas que ainda fazem linhas no município deverão continuar parando nos boxes, até o prédio ser liberado pelo município, que é dono do imóvel. A alternativa será comprar as passagens nos ônibus ou via internet, onde podem ser pesquisados os destinos bem como horários para viagens intermunicipais e interestaduais. Depois que Espumoso não tiver mais ponto de parada, a alternativa mais próxima para quem desejar fazer viagens serão as estações rodoviárias de Tapera ou Ibirubá, diz Márcia.
Márcia Dias fala de como é encerrar estes 24 anos frente à rodoviária de Espumoso.
Situação do setor é alarmante
No período da pandemia, entre 2020 e 2021, 11 estações rodoviárias pediram autorização ao Daer, que fiscaliza o setor, para encerrar as atividades. Atualmente, restam 203 rodoviárias no Estado.
O diretor de Transportes Rodoviários do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Lauro Hagemann, diz que o sistema regular de linhas de longo curso transportou 31 milhões de passageiros em 2019, antes da pandemia. Em 2020, o número despencou para 13 milhões.
Seguindo a tendência de queda, o primeiro trimestre de 2021 atendeu 2 milhões de clientes. Conforme a Associação Gaúcha de Pequenas e Médias Empresas Transportadoras de Passageiros (AGPM), a queda de viajantes, desde abril de 2020 até o presente, oscilou de 61% a 84% entre os seus 47 filiados. No período, a receita das empresas caiu em níveis semelhantes.
As reduções de viagens, somadas às paralisações de frotas e suspensões de linhas, podem criar desertos no transporte regular de passageiros, deixando a pé pessoas que precisam se locomover entre cidades do Interior.
ROGER NICOLINI COM GAÚCHA ZH