Empresários da região pedem concessão do Aeroporto de Passo Fundo à iniciativa privada
A inovação e o desenvolvimento na região de Passo Fundo foram foco de uma reunião entre empresários do programa Aliança Norte RS, prefeitos locais e o governador Eduardo Leite, no dia 30 de abril.
Dentre as principais reivindicações dos representantes, está a concessão do aeroporto Lauro Kortz à iniciativa privada e o processo de duplicação das ERS-135 (entre Passo Fundo e Erechim) e a ERS-324 (entre Passo Fundo e Marau).
No início deste ano, foi iniciada uma obra de ampliação da pista do aeroporto e a expectativa é que os trabalhos sejam concluídos até o final de 2021.
O Presidente do Conselho da Aliança e da Metasa, Antônio Roso, afirma que a privatização aeroportuária se trata de uma prioridade para o desenvolvimento regional. “A nossa região, num raio de 100 km, tem um milhão de pessoas. Passo Fundo merece uma coisa melhor, um serviço mais adequado, e que seja feito o mais rápido possível. O desenvolvimento não pode esperar”, diz.
A região Norte cumpre um papel crucial na participação do PIB do Estado, por se tratar de um importante polo principalmente nos setores do agronegócio e da construção civil. “Nossa atuação econômica é essencial, mas o Estado tem deixado a desejar. O papel dele seria investir, se não tem condições de investir, então privatiza. As rodovias, por exemplo, a ERS-324 faz três décadas que está pendente, passando de governador para governador e nada acontece”, pontua Roso.
“Quando você tem estrada adequada, que possa transitar mercadorias, automaticamente você tem menos custo. O estado não é privilegiado porque nós estamos embaixo, nosso abastecimento vem do centro do país e isso começa a encarecer. Nós vemos isso pela própria Metasa, com todo o transporte de matéria-prima”.
Integração e melhorias
Para o empresário, o desenvolvimento privado é um importante aliado do crescimento das empresas e, consequentemente, da geração de empregos.
“Quando traz desenvolvimento, investimento, automaticamente o investimento privado vai vir. E quando há investimento privado, há empregos. As empresas que estão trabalhando e produzindo aqui hoje, acabam sofrendo com essa dificuldade de trazer pessoas até aqui, em razão do aeroporto. É preciso ir até Porto Alegre, Chapecó… Isso já atrasa e hoje em dia é tudo muito rápido. Se você não tem infraestrutura, você não está estimulando o crescimento”, argumenta.
Logística é fundamental
Para o presidente da BSBIOS e integrante da Aliança Norte RS, Erasmo Battistella, o modelo do Governo Federal – que implementa a privatização de aeroportos – é uma decisão acertada. “Nós acreditamos que a questão logística é fundamental para nosso município e para que a nossa região continue a se desenvolvendo e crescendo. O aeroporto, depois de muito tempo, passa por uma melhoria muito significativa”, afirma.
“Acreditamos que nesse modelo há mais recursos para se investir e esse é o momento adequado, pois o Aeroporto com essa ampliação vai despertar o interesse de grupos econômicos, que vão querer investir ainda mais e, com isso, podemos ter aqui em Passo Fundo um aumento nas operações que certamente vai nos ajudar trazendo desenvolvimento, gerando emprego e facilitando as logísticas das pessoas, das que vivem aqui em Passo Fundo e em toda região”.
Em relação às rodovias, a possibilidade de concessão também é vista com bons olhos, já que, de acordo com Battistella, auxiliaria na redução de custos. “Com os investimentos, vai diminuir também os custos e vai ajudar muito na geração de emprego e renda pra nossa grande região do norte do estado”, completa.
O papel da Aliança Norte
As reivindicações fazem parte das pautas que compõe a Aliança Norte RS, com objetivo de contribuir com a infraestrutura.
“Não há dúvida que Passo Fundo e a região norte do estado tem um potencial muito grande de crescimento pela sua vocação econômica e isso vem se demostrando nos últimos anos, mas nós precisamos de mais investimentos de infraestrutura”, pontua.
“Essas três concessões que nós definimos e defendemos são iniciais, e acreditamos que ainda há outros potenciais ativos a serem concedidos. Acreditamos que pela pouca disponibilidade de recursos do estado e da união pra investir na infraestrutura, a melhor alternativa pra melhorarmos e beneficiar a vida das pessoas e as empresas é passar esses ativos, de forma correta e organizada, para iniciativa privada”, conclui Battistella.
Fonte: Jornal Diário da Manhã