Adolescentes e celular: como controlar o uso excessivo?
Uma das grandes preocupações dos pais de crianças de adolescentes, nos tempos atuais, é o excesso de telas. O mundo está cada vez mais digital e são raras as atividades que não podem ser resolvidas com alguns cliques na tela do celular. A pandemia de coronavírus e o isolamento social agravaram ainda mais essa realidade, pois até as tarefas que não eram executadas pelo computador, passaram a ser online.
De acordo com a psicólogo Vitor Friary, todas as faixas etárias sofrem com a exposição de telas, porém, de modo geral, a adolescência se apresenta como um fator de risco maior. Por ser uma fase do desenvolvimento voltada às interações sociais, o uso excessivo de jogos e o isolamento social, prejudicam o desenvolvimento dessa fase, fazendo com que o adolescente sinta dificuldade de formar sua identidade, laços afetivos, relacionamentos, participar de grupos, e se movimentar para a escolha de uma profissão, por exemplo, afirma.
“O interesse nos jogos aumentam, principalmente nos meninos, e o círculo de amigos se restringe aos jogadores online, ou amigos que eles fazem nas mídias sociais, favorecendo o baixo contato social, isolamento, vício em tecnologia e problemas de humor como a depressão que afeta grande parte da população jovem”, explica o profissional. Entre os principais prejuízos trazidos pelo uso excessivo de telas nessa fase, ganham destaque a baixa socialização, pois os adolescentes ficam mais isolados em casa; distúrbios do sono devido a super estimulação cerebral; ansiedade; sedentarismo; irritação; hiperatividade, e como consequência, impacto no aprendizado, lembra o psicólogo.
É importante dizer que nossas crianças e adolescentes são nativas digitais, sendo assim, proibir o uso nunca será uma boa alternativa. Segundo o psicólogo, a negociação se faz muito importante, assim como a regulação da rotina. No entanto, os pais também devem se atentar ao seu próprio excesso de uso, que prejudica o vínculo com os filhos.
FONTE: CORREIO DO POVO