Agronegócio pede a Tereza Cristina juros menores e mais recursos para o Moderfrota
03.10.2020 07h59 / Postado por: Roger Nicolini
Em uma feira nada convencional como foi a Expointer Digital 2020, o palanque de autoridades montado para assistir ao desfile de animais, nesta sexta-feira (2), manteve a tradição de levar ao governo federal pleitos do agronegócio.
O presidente do Sistema Ocergs Sescoop/RS, que representa as cooperativas do Estado, Vergílio Périus, reivindicou à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, presente no evento, a revisão dos juros para o setor em financiamentos públicos para o plantio da próxima safra.
A reivindicação de Périus ecoou posteriormente também no discurso do presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag), Joel Silva. Ambos ponderaram que a atual taxa de juros do Plano Safra precisa ser revista, frente à redução da taxa oficial Selic. “Precisamos, ministra, de juros mais baratos aos produtores, inclusive para podermos implantar mais agroindústrias. E precisamos de mais agroindústrias em todas as frentes, para gerar mais empregos”, defendeu Périus.
Na sequência, o presidente da Fetag ponderou que juros menores são fundamentais, especialmente no Rio Grande do Sul. “Estamos começando uma safra bastante otimistas, com preços em alta para soja, milho, arroz, carnes e leite, mas também com os produtores bastante descapitalizados pela estiagem, que consumiu uma grande parcela de lavouras e afetou até mesmo a pecuária”, destacou Silva.
Também entre as reivindicações que marcaram presença no palanque estava o pleito do setor de máquinas agrícolas. Presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas Agrícolas (Simers), Cláudio Bier pediu à ministra que não deixasse faltar recursos do programa Moderfrota.
“É muito cedo para o fim dos recursos para aquisição de máquinas agrícolas, que já estão acabando. O setor de máquinas no Rio Grande do Sul representa 60% do total fabricado no Brasil, e aqui não desempregamos ninguém”, ressaltou Bier.
Também presente ao evento, o presidente da Federação Brasileira dos Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia, destacou a volta às origens que a Expointer Digital 2020 representou. Isso porque a edição deste ano foi principalmente uma exposição de animais, já que a feira do setor de máquinas ocorreu em setembro, totalmente virtual.
O formato desta edição, avalia Lamachia, foi uma volta ao passado, mas também uma feira visionária e futurista, ao agregar novas tecnologias para a realização dos eventos, o que será uma tendência para os próximos anos. A permanência do formato digital, juntamente com o presencial, antecipou o secretário estadual de Agricultura, Covatti Filho, será mantido nos próximos anos.
“E hoje aqui eu quero agradecer a todos os parceiros por esta grande superação que foi realizar uma feira em menos de 30 dias, com cerca um terço dos animais de um Expointer normal”, comemorou Covatti Filho.
Gedeão Pereira, presidente da Federação Agricultura do Estado (Farsul), entidade que optou por não participar da Expointer Digital, explicou que a decisão foi “dolorida”, mas com o intuito de garantir a segurança sanitária dos próprios produtores e trabalhadores do setor em geral. “Foi uma decisão extremamente difícil não ter um feira presencial, como é uma Expointer real, e por onde passavam meio milhão de pessoas em nove dias. Era impossível fazer isso. Mas com o quadro coordenado, eu diria, pelos irmãos coragem Lamachia e Covatti, tivemos um evento espetacular. E a eles eu peço uma salva de palmas”, elogiou Pereira.
Quase ao final da cerimônia, e precedendo a fala de Tereza Cristina, o prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, comemorou o sucesso desta empreitada. “Foram quase 2 mil testes de detecção para Covid-19 realizados, fazendo da feira quase um laboratório, porque demonstrou que com segurança e organização é possível fazermos outros grandes eventos como este”, afirmou Pascoal.
Ao final, depois de elogiar toda a produção rural ininterrupta ao longo da pandemia, abastecendo com eficiência o mercado interno e também elevando exportações, a ministra elogiou também o drive-thru dos pequenos produtores. “Foi a agricultura familiar o que mais nos preocupou , porque sabíamos que seriam os primeiros e maiores afetados. Mas vocês encontraram (com o drive-thru) uma forma de comercializar seus produtos. E anotamos aqui, Vergílio, todos os seus recados (em referência ao pleito por juros menores)”, destacou Tereza Cristina, mas sem fazer menção ao pedido do Simers por mais recursos para o Moderfrota.
Fonte: Jornal do Comércio
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