Com possível La Niña; veja como fica o clima de outubro até março
Nada como antecipar o comportamento climático dos próximos meses para tentar prever os riscos e as oportunidades da safra 2020/2021. Com o La Niña no horizonte, já sofremos alguns impactos, mas não há ausência de chuvas. Existem, sim, algumas áreas com precipitação mais baixa do que o normal, inclusive com acumulados menores do que 100 milímetros por mês. São os casos da Campanha gaúcha em outubro e novembro, região central do Rio Grande do Sul em novembro e boa parte do litoral gaúcho em dezembro.
Logo de cara, com a quantidade de chuva abaixo da média é de se esperar níveis mais baixos nos reservatórios do Rio Grande do Sul e uma instalação de arroz em uma área mais reduzida, apesar do preço elevado do produto atualmente.
Em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e sul de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e de Mato Grosso, apesar da previsão de chuva inferior à média entre outubro e dezembro, os acumulados mensais vão chegar a pelo menos 100 milímetros em todos os estados. Além disso, a chuva também vai regularizar com a chegada da primavera, permitindo a instalação das culturas das águas sobretudo a partir do dia 10 de outubro, em Santa Catarina, Paraná, Rondônia e em boa parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Com a regularização da chuva a partir de meados de outubro, os dias mais fechados e chuvosos vão deixar a temperatura máxima abaixo do normal desde o norte do Paraná até o sudoeste da Bahia, passando por boa parte do Sudeste e Centro-Oeste, algo normal em anos de La Niña. O calor mais intenso que o normal será sentido no Piauí, Maranhão, Tocantins e Pará.
A partir de novembro, o acumulado também alcançará três dígitos na região de Carolina (MA), mas isso não poderá ser aplicado à Balsas (MA). E somente em dezembro é que a chuva mais intensa vai alcançar toda a área produtora do oeste da Bahia e sul dos estados do Piauí e Maranhão. No Tocantins, a chuva será mais regular no sul do estado entre outubro e dezembro.
Mas na divisa do Tocantins, Maranhão e Pará, regiões que englobam as cidades como Imperatriz e Marabá, a chuva acima dos 100 milímetros vai aparecer apenas a partir de dezembro. Daí a previsão de chuva abaixo da média entre o Amapá e o Ceará para a primavera.
No interior do Brasil, os locais com maiores acumulados previstos também vão receber chuva forte, mas com curta duração.
Apesar da previsão de chuva mais intensa entre o Sudeste e Norte e abaixo da média no Sul na primavera, espera-se uma reviravolta no verão. Para algumas simulações, ainda em dezembro. Já para outras, a partir de janeiro, há previsão de chuva mais intensa em Santa Catarina e Paraná, além de em Mato Grosso do Sul e oeste e sul de São Paulo. Por outro lado, a chuva enfraquece no Rio de Janeiro, sul de Minas Gerais e nordeste de São Paulo, áreas com importantes reservatórios, como Furnas.
Em fevereiro, enquanto a chuva torna-se mais intensa que o normal no norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, as áreas com chuva abaixo da média aumentam na região Sudeste. Já em março, ainda há previsão de chuva acima da média no Sul e a precipitação fica mais próxima da média no Sudeste. Importante afirmar que, embora a previsão seja de aumento da chuva durante o verão no Sul, a fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai permanecerá sob chuva abaixo da média durante toda a estação.
*Canal Rural
Foto: MF Rural