Falta de combustível para aviões agrícolas em plena safra preocupa
Com a gasolina de aviação (avgas) escasseando no país, a luz amarela acendeu para as atividades que têm neste momento etapa crucial da pulverização aérea. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) desde o mês passado o produto está em falta nas distribuidoras.
O Brasil tem 2.115 aeronaves agrícolas. Metade utiliza o avgas e a outra metade, álcool como combustível. No Rio Grande do Sul, Estado com a segunda maior frota, a grande maioria dos aviões usa a gasolina especial.
Segundo o diretor-executivo do Sindag, Gabriel Colle, ao buscar explicação para o problema, a entidade foi informada que a unidade de Cubatão, no Estado de São Paulo, onde o combustível é processado, está em manutenção por tempo indeterminado:
— Em razão de espaço para armazenagem, o pessoal não faz grandes estoques do combustível. Muitos foram fazer as compras para reposição no final do ano e já não acharam o produto.
A preocupação é reforçada porque a falta do produto ocorre no momento em que a pulverização área se faz necessária. Colle explica que, nas lavouras de arroz, assim como nas de cana de açúcar, não é possível fazer a aplicação de produtos por terra.
A estimativa é de que, para abastecer os aviões durante toda a safra, sejam necessários 20 milhões de litros de gasolina para aviação. Desse total, 25% é utilizado na produção gaúcha.
Presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz-RS), Henrique Dornelles diz que, enquanto usuário, ainda não enfrentou o problema de falta de combustível, mas garante que uma situação como essa preocupa muito:
— Estamos no pico do período de aplicação. No caso do arroz, de ureia e de fungicidas. A ureia, por exemplo, é determinante para a produtividade. Nossa lavoura fica totalmente exposta se não tiver pulverização.
Além do cereal, soja e milho também fazem uso da aviação agrícola. Problema de falta de produto já havia ocorrido em janeiro de 2010. Procurada, a Petrobras não havia dado retorno até o fechamento da coluna.
Fonte e foto: Gaúcha ZH