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IGP conclui laudo de garrafa que pertencia à advogada desaparecida há seis meses em São Leopoldo

IGP conclui laudo de garrafa que pertencia à advogada desaparecida há seis meses em São Leopoldo
26.01.2023 10h50  /  Postado por: Mirele Caldas

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) concluiu, na última segunda-feira (23), o laudo de uma garrafa plástica que foi utilizada pela advogada Alessandra Dellatorre no dia 16 de julho de 2022, quando ela saiu de casa para caminhar e não voltou mais. A garrafa é o único objeto encontrado até o momento que poderia indicar alguma pista sobre o paradeiro de Alessandra.

Nos últimos seis meses, policiais chegaram a fazer diversas buscas em um matagal, inclusive com o auxílio dos bombeiros e de cães farejadores, mas nenhum vestígio foi localizado. Também foram realizadas diligências em municípios vizinhos, sem sucesso.

A garrafa plástica chegou à perícia por meio do pai de Alessandra, que encontrou o objeto em uma lixeira a partir de imagens de câmeras de rua, que flagraram um trecho da caminhada da jovem de 29 anos. Ela teria descartado o recipiente durante o trajeto.

O laudo da garrafa analisada pelo IGP indicou a presença de uma mistura de substâncias compatíveis com um medicamento chamado Venvanse, utilizado para tratar o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), e de uma bebida energética com cafeína, comumente usada em pré-treinos físicos.

— A garrafa continha lisdexanfetamina, anfetamina, cafeína e triglicerídeos de cadeia média, o que é coerente com a mistura de Venvanse e uma bebida energética à base de café. Não foi possível a determinação da concentração das substâncias encontradas, (mas) não foram encontrados venenos — explica a perita criminal Clarissa Bettoni.

A perícia foi solicitada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Leopoldo, que preside o inquérito. A investigação teria constatado que Alessandra pesquisou em seu celular os nomes de diversos venenos, como cianeto de potássio. Mas nenhum veneno foi encontrado dentro da garrafa.

O recipiente foi enviado para a perícia em 26 de julho do ano passado, 10 dias após o sumiço de Alessandra. O procedimento para obter o laudo é demorado, pois é necessário cumprir uma série de procedimentos em laboratório para identificar o que havia dentro do objeto de plástico.

Segundo a perita química forense Viviane Fassina e a perita criminal Clarissa Bettoni, ambas do IGP, a garrafa foi encontrada sem nenhum líquido no interior – já estava seca –, o que tornou o processo mais complexo. Havia apenas sinais de uma bebida de coloração escura, compatível com o energético à base de café.

Sem avanço
Conforme o delegado André Serrão, da Delegacia de Homicídios de São Leopoldo, o laudo não permite fazer avanços significativos na investigação sobre o paradeiro de Alessandra.

— Não se pode fazer conclusões a partir dele — resume Serrão.

Em entrevistas anteriores, o delegado já havia indicado que polícia considera pouco provável que a jovem tenha sido vítima de algum crime. Enquanto isso, a investigação segue em aberto e diligências são feitas toda semana.

Família diz que laudo enfraquece tese de suicídio
Contratado pela família de Alessandra, o advogado Matheus Trindade avalia que o resultado da perícia enfraquece a possibilidade de suicídio. Segundo Trindade, o laudo não acrescenta novidades à investigação, uma vez que a família já sabia que a jovem usava o medicamento Venvanse.

— É um remédio que ela utilizava para estudar para concursos. Não é nada anormal. Mas o laudo não tem a concentração (da mistura). Pelo que a gente pode concluir, a quantidade não era letal, porque, se fosse, o corpo teria aparecido — afirma.

O advogado acredita que Alessandra tenha utilizado a mistura do medicamento com o energético à base de cafeína para ter “um ganho físico” durante a caminhada que fez no dia do desaparecimento.

Trindade faz críticas à atuação da Polícia Civil no caso por dois motivos: primeiro, pela falta de comunicação com a família. Ele conta que os familiares tiveram conhecimento do laudo somente depois do contato feito pela reportagem de GZH.

E, segundo, pela linha de investigação adotada.

— Os pais estão completamente acabados. Eles emagreceram, mas estão incansáveis. Hoje (quarta-feira) a mãe esteve numa área de rio com um barco, procurando por pistas que tinham sido fornecidas. Perdeu-se tempo com a questão do suicídio, perdeu-se muito tempo trabalhando só nessa hipótese — contesta o advogado.

GZH

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