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Segundo dia de Enem abordou questões cotidianas e pandemia

Segundo dia de Enem abordou questões cotidianas e pandemia
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.
21.11.2022 08h31  /  Postado por: Roger Amaral

O segundo dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) contou com questões que envolviam interpretação de texto, que abordavam situações cotidianas e atualidades, como a pandemia. Hoje (20), os participantes fizeram as provas de matemática e de ciência da natureza, que engloba química, física e biologia. Cada uma das duas provas tem 45 questões, totalizando 90 questões objetivas. 

A aplicação teve cinco horas de duração, começando às 13h30 e terminando às 18h30, no horário de Brasília. Desde as 15h30, os estudantes puderam deixar os locais de prova, mas sem levar o Caderno de Questões. Somente quem saiu do exame a partir das 18h pode levar o caderno.

Para a estudante Sabrina Laurentino, 17 anos, as provas de hoje estavam mais fáceis que as do primeiro dia. “Achei bem mais fácil, as perguntas estavam bem mais resumidas e os textos menores. Me sai bem melhor que semana passada”, diz. Ela pretende usar o Enem para cursar educação física.

Ela conta que estava muito insegura. “A pandemia prejudicou muito a gente, não só a gente como todo mundo. A gente teve que se virar para aprender tudo e nem tudo a gente conseguiu pegar. Também por morarmos em comunidade. Toda semana tinha operação, então, toda semana era menos um dia de aula e isso prejudicou mais ainda.”

Sabrina diz que não chegou a estudar na escola muito do que foi cobrado no Enem. “Tinha coisas que nunca tinha ouvido falar, foi mais complicado ainda porque não tinha noção como responder, de como fazer ou de como calculava. Mas, só o fato da gente ter ido, de ter feito a prova já é gratificante demais, pelo menos pra mim, porque é muito desafiador.  Muitas vezes faltou incentivo, eu não me sentia preparada em nenhum momento, muitas vezes me achei incapaz de fazer a prova e só de ter feito, ter consigo responder tudo para mim já é suficiente.”

O estudante Arthur Rangel Henriques, 18 anos, fez o Enem pela primeira vez, também na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Assim como Sabrina, ele achou o primeiro dia de prova cansativo, com muitos textos. No primeiro dia, os estudantes fizeram as questões de linguagens, ciências humanas e a redação. Para ele, a prova deste domingo teve o mesmo grau de dificuldade, mas foi mais rápida de ser resolvida. “A prova estava tranquila, havia bastante questões grandes mas estava tranquila no total. Acho que estava mais rápida mas em questão de dificuldade está no mesmo grau”, diz.

Natália Bertoldo, 21 anos, fez a prova em São Paulo. Ela é estudante de graduação em ciências contábeis na Universidade Federal de São Paulo e fez o Enem este ano para tentar entrar no curso de design. “A prova de matemática não estava tão complicada, em vista que muitas são respondidas se tiver uma boa interpretação. De ciências da natureza já estava mais difícil, na minha opinião, mas pra quem estudou o básico acho que pode dar um bom resultado”, diz. “O primeiro dia foi bem cansativo, por ter que responder a 90 questões e fazer a redação. Além disso, a carga de textos para ler é muito exagerada. Em geral, as questões abrangeram muito dos assuntos que estamos vivenciando, mas também dos conteúdos dados em escolas e cursinhos e que são de muita importância para avaliar o conhecimento, como a prova de humanas, por exemplo”, complementa.

Heloísa Lara, 25 anos, também já está no ensino superior. Ela cursa engenharia na Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais. Este é o oitavo Enem dela. “Não sei se era porque não tinha a pressão de passar dessa vez, mas achei tranquila a prova de matemática, até porque tenho um pouco de base, achei mais fácil. Já a prova de ciências da natureza, achei mais complexa. Achei que aumentou a dificuldade em relação aos anos anteriores”, diz. A estudante, que já cursou enfermagem, pretende agora usar o Enem para realizar o sonho de cursar medicina.

Avaliação de professores

As questões das provas abordaram situações usuais do dia a dia, permitindo que o aluno pudesse relacionar seus conhecimentos e conceitos a essas realidades, de acordo com a assessora de Biologia do Sistema Positivo de Ensino, Samantha Fechio, que fez a prova neste domingo. “A prova de matemática e ciências da natureza trouxe, assim como aconteceu no último domingo, algumas questões muito atuais, como a pandemia, mas não deixou de lado os assuntos mais recorrentes. Foi uma boa surpresa ver, também, o equilíbrio entre questões que envolvem cálculo e questões interpretativas, porque, quando tem que fazer muitos cálculos, o estudante leva muito mais tempo, o que faz com que ele erre algumas perguntas mais simples, prejudicando sua nota geral”, complementa a coordenadora do Ensino Médio do Sistema Positivo de Ensino, Milena Lima.

Segundo o professor e autor do Colégio e Sistema PH Luís Felipe Abad, a prova deste domingo cobrou temas que tradicionalmente caem no exame. “A prova do segundo dia do Enem teve um nível de dificuldade dentro do esperado, sendo que ciências da natureza foi um pouco mais difícil que matemática. Os temas cobrados foram temas tradicionais. A prova de ciências da natureza foi bastante conteudista, mas temas como botânica e polímeros, que são comuns não apareceram e, em matemática, apareceram muitos itens sobre geometria, plano espacial e muitos deles avaliavam a habilidade de aluno que tem boa visão geométrica”, diz.

Gabarito

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgará amanhã (21) pela manhã o balanço final do exame, em coletiva de imprensa.

Os gabaritos das provas serão divulgados até o dia 23, online. A data da divulgação dos resultados finais ainda será divulgada.

O Enem seleciona estudantes para vagas do ensino superior públicas, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para bolsas em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), e serve de parâmetro para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os resultados também podem ser usados para ingressar em instituições de ensino portuguesas que têm convênio com o Inep.

*Agência Brasil
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