IFRS Ibirubá realiza nesta quarta-feira manifestação contra corte de verbas da Educação
Na última semana, o governo federal anunciou corte de 30% dos orçamentos para as faculdades federais. Muitas estão preocupadas com o futuro dos cursos, pesquisa e das próprias instituições, pois já passam por dificuldades, enfrentando redução orçamentária desde 2015. Houve manifestações em várias cidades do país. Alunos do Instituto Federal do RS Campus Ibirubá decidiram parar no dia 15, próxima quarta-feira.
Houve dois atos durante essa semana no IFRS Ibirubá. Terça-feira (7) os estudantes foram até o pórtico do Campus vestidos de preto, e ficaram por mais de meia hora em silêncio como forma de protesto.
A reitoria alertou que muitos serviços e atividades realizadas serão eliminadas ou suspensas, podendo afetar diretamente na formação dos alunos e, é claro, a paralisação das atividades, pois o corte chega a mais de 42% em alguns campus. Professores afirmaram que os primeiros impactos serão percebidos nos encontros, jogos e workshops.
Na quarta-feira (08), os alunos se reuniram no auditório do Campus para um debate, expondo opiniões e definindo possíveis ações. A diretora Migacir Trindade Duarte Flôres abriu o debate, explicando o que significa um orçamento 30% menor. Há dinheiro para o básico – limpeza, segurança, água e luz – até setembro. Já para as bolsas de ensino, pesquisa e extensão, os recursos acabam mês que vem.
“Esse corte é muito grave, e em um primeiro momento afetará os alunos bolsistas. Muitos deles estão desenvolvendo seus TCCs em cima desses projetos e, se acabar, não vão concluir suas pesquisas”, salientou Migacir.
O professor Dr. Hélder Madruga de Quadros expressou preocupação: “Estamos aqui defendendo o direito de vocês alunos, um direito constitucional, de (terem) uma educação digna e de qualidade, afinal, essa instituição é de qualidade, pais de toda a região querem seus filhos aqui. Vou lembrar vocês que não é a primeira vez que aqui estamos. Em 2015 eu estava na UFSC, mas me recordo bem da greve que fizemos lá contra os cortes, e aqui não foi diferente, foram três meses, então não importa o governo ou o partido, se ferir nossos direitos, vamos à luta”
O vice-presidente do Grêmio Estudantil (GEA), Victor Hugo Dresch, destacou que este estará pronto para defender os direitos dos alunos. Décio R. Rauch JR, acadêmico da Agronomia e ex-presidente, sensibilizou os alunos destacando a força do movimento estudantil no país e no mundo. Lembrou a greve dos alunos na Unicamp em 2017, que lutaram mais de três meses para implantar o sistema de cotas numa faculdade que tinha 51 anos de racismo e elitismo. Também fez questão de enfatizar que o protesto não é partidário, citando como exemplo outros, como a greve de 2015, quando o IF parou três meses.
Cada turma teve espaço para colocar seu posicionamento. Os representantes, em unanimidade, decidiram paralisar dia 15. Os estudantes farão uma caminhada do Campus até o centro da cidade, onde mostrarão trabalhos e pesquisas, com o objetivo de informar a comunidade.
Fonte e foto: Jornal Visão Regional