Professores decidem iniciar greve na rede pública do RS
Os professores decidiram na tarde desta sexta-feira por início de greve em toda a rede pública estadual por tempo indeterminado. A decisão ocorreu em assembleia geral realizada no Gigantinho, em Porto Alegre.
Na assembleia, os professores decidiram abrir mão da discussão das pautas para fazer rapidamente a votação sobre o início da paralisação. Após a votação, eles iniciam caminhada até o Palácio Piratini, onde pretendem comunicar o governador José Ivo Sartori da decisão.
O Cpers Sindicato exige o pagamento do piso nacional do magistério (não apenas na forma de completivo, como ocorre hoje), além do indicativo de um reajuste, já que os salários do ano passado tiveram congelamento. O sindicato ainda acusa o Estado de sucatear as escolas.
Porto Alegre tem cinco escolas ocupadas
A decisão dos professores de iniciar a greve ocorre em meio a uma onda de ocupação de escolar em Porto Alegre. Nesta sexta-feira, cinco instituições estão ocupadas por alunos. Nos Colégios Júlio de Castilhos, no bairro Santana, e Padre Reus, na Tristeza as ocupações tiveram início às 19h de quinta-feira, com encerramento previsto para as 19h desta sexta. Já nas escolas Emílio Massot, na Cidade Baixa, e Agrônomo Pedro Pereira, na Agronomia, as ocupações foram iniciadas na quarta-feira.
As demandas dos estudantes são diferentes, variando de acordo com a instituição de ensino. Na Emílio Massot, no Júlio de Castilhos e no Padre Reus, os alunos apontam a necessidade de reformas e a contratação de professores. A primeira ainda reivindica o pagamento de verbas atrasadas, enquanto as outras duas focam nas condições estruturais das escolas. Segundo a presidente do Grêmio Estudantil do Júlio de Castilhos, a escola tem problemas que colocam os alunos em risco.
Em ambas instituições cerca de 50 estudantes passaram a noite, em cada. Na manhã desta sexta-feira as duas escolas acabaram não tendo aula, já que os alunos deram preferência aos debates e votações sobre a atual situação da educação estadual e as medidas que seriam tomadas para chamar a atenção da Secretaria de Educação do Estado (SEC). Nas escolas Emilío Massot e Agrônomo Pedro Pereira, onde as ocupações já duram três dias, os estudantes estão permitindo que as aulas aconteçam.
A secretaria informa que realizou o depósito R$ 5,6 milhões na conta de escolas estaduais. O valor é parte da autonomia financeira do mês de março e os repasses foram realizados logo após a quitação da folha do funcionalismo. Outra manifestação ocorreu na Escola Técnica Senador Ernesto Dornelles, no Centro Histórico, contra a falta de repasses da verba de manutenção da escola e do parcelamento dos salários de professores e funcionários.