Carlos Henrique Schmitz e Gabriela Laco, de São Paulo, saíram pela janela do banheiro após aeronave atingir loja de móveis ao lado na manhã de domingo
O casal de turistas Carlos Henrique Schmitz e Gabriela Laco, de São Paulo, estava hospedado em um quarto no térreo da pousada Floratta, parcialmente atingida pela aeronave turboélice Piper Cheyenne 400, prefixo PR-NDN, em Gramado, na serra gaúcha, na manhã de domingo. Schmitz contou que ambos estavam dormindo quando os escombros começaram a cair sobre eles. “Era um barulho ensurdecedor, e não sabíamos o que estava acontecendo. Pensei que o muro havia cedido com as chuvas fortes”, contou. Eles chegaram a ser levados ao hospital, porém foram liberados às 16h de domingo apenas com ferimentos leves.
“Quando vi que havia fumaça e fogo na porta do nosso quarto, vimos que foi um acidente mesmo”. O entulho da loja de móveis em que o avião acertou em cheio soterrou a janela e a porta do local, e a única saída foi pelo vitrô do banheiro, por onde subiram com o auxílio de cadeiras. Na fuga, ambos ficaram feridos. “Bateu aquele desespero, de morrer ali inalando aquela fumaça”, acrescentou ele.
Antes de escapar da pousada, ambos cobriram o rosto com toalhas, “Conseguimos encontrar um rapaz que estava gritando, procurando por sobreviventes. Na hora da adrenalina, você não vê muito o que está fazendo”. Nessa hora, de acordo com o casal, havia um silêncio no entorno de pousada. “Parecia um cenário de guerra, muita fumaça e ninguém por perto”, comentou Gabriela. É a segunda vez que ambos vêm a Gramado; a primeira foi em 2020, e em um hotel diferente. Desta vez, a viagem estava inicialmente marcada para julho de 2024, mas terminou adiada devido às enchentes no Estado. O acaso os levou a estar nesta unidade do Floratta, já que, devido ao adiamento, o local ofereceu outro estabelecimento.
Gabriela disse que procurou adiar ao máximo contar à família, porém já prevendo que saberiam, pois as imagens apareceriam em reportagens de qualquer maneira. “MInha mãe tinha o endereço e a frente do hotel. Ela me ligou, mas eu já havia sido liberada do hospital. Ficou desesperada e nossos familiares não veem a hora de chegar em casa”, disse ela.
Utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência, de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.