30 anos de saudade: o eterno legado de Ayrton Senna nas pistas
Desde a infância, Ayrton Senna era apaixonado pelo automobilismo. Isso se refletiu em números quando ele chegou na Fórmula 1.
No total, Senna participou de 161 grandes prêmios da F1, esteve em 80 pódios, fez 65 pole positions, conquistou 41 vitórias e 19 voltas mais rápidas.
O jornalista Ernesto Rodrigues mergulha na história do ídolo brasileiro e apresenta detalhes dessas grandes conquistas do piloto em “Ayrton: o herói revelado”.
A obra, que ganha edição atualizada com quase 100 novos trechos pela Tordesilhas, ainda aborda aspectos da vida pessoal de Senna, os bastidores das temporadas que competiu e a rivalidade com Alain Prost.
“Não é necessário lembrar. Cada brasileiro sabe. E muitos continuam sentindo, trinta anos depois, como foi aquele 1° de maio de 1994: o lugar onde estava, as palavras que pronunciou, o vazio que o capacete imóvel abriu no peito, a angústia do resgate inútil, os pés alinhados e caídos, a mancha vermelha no chão de cimento branco, o domingo desfeito em perplexidade e o baque definitivo, no meio da tarde, direto do Hospital Maggiore, em Bolonha”. São com estas palavras que o jornalista Ernesto Rodrigues e a editora Tordesilhas revisitam o livro Ayrton: o herói revelado.
A edição, atualizada e contextualizada, abrange acontecimentos significativos ocorridos no período “pós-Senna” tanto no Brasil como na Fórmula 1. “Verifico, com prazer, passados trinta anos da perda de Senna, que, além da veracidade, permanência e relevância do que Ernesto escreveu em 2004 […] Ayrton: o herói revelado, assim como Senna, continua importante, emocionante e inesquecível”, afirma o comentarista Reginaldo Leme.
Nos quase 100 novos trechos inseridos no texto da biografia original estão relações amorosas; bastidores das temporadas em que ele dividiu a McLaren com o grande rival Alain Prost; a crise interna que precedeu o acidente polêmico na decisão do campeonato de 1990; as façanhas em Donington Park e no circuito de Mônaco; o terremoto provocado na família Senna por Adriane Galisteu. Contempla, também, uma contextualização da trajetória esportiva do piloto em comparação com os campeões que o sucederam, como Schumacher, Fernando Alonso, Sebastian Vettel, Lewis Hamilton e Max Verstappen.
Para contemplar esse lado emocional e pessoal, o autor traz para a nova edição um relato do heptacampeão mundial de Fórmula 1, Lewis Hamilton. Na época do acidente, o então jovem piloto de kart de dez anos de idade chegava de mais um domingo nas pistas quando o pai, Anthony Hamilton, deu a notícia sobre a morte do piloto cujas façanhas ele admirava.
Eu me lembro como se fosse ontem. Meu pai me disse que Ayrton tinha morrido. Fui para um muro que ficava junto à linha férrea.
Não queria que meu pai me visse chorando. Foi uma coisa muito forte. E eu era ainda criança. (Ayrton: o herói revelado, p. 426)
Ernesto preserva e projeta a memória do piloto e dá uma nova dimensão à vida de Ayrton dentro e fora das pistas e aos acontecimentos que o consagraram um herói brasileiro. As palavras do biógrafo e dos mais de duzentos entrevistados vão além de depoimentos. Funcionam como acalento aos corações que ficaram órfãos do talento e carisma de Senna.