Alunos e professores da rede pública de Porto Alegre recebem óculos que fazem audiodescrição
Quarenta e seis estudantes e dez professores cegos da rede pública de ensino de Porto Alegre receberam, ontem quarta-feira (26), óculos especiais que fazem o reconhecimento de textos e imagens e transformam em audiodescrição.
O equipamento conta com uma câmera acoplada na haste que escaneia e faz a leitura de tudo que tiver escrito externamente, como placas e indicações. Também é possível identificar cédulas de dinheiro, mais de 100 produtos que estão previamente cadastrados, além da leitura de rostos, armazenando a identificação de até 150 pessoas.
Atualmente, a rede pública de ensino de Porto Alegre conta com três mil estudantes. De acordo com a Prefeitura, o investimento na tecnologia é de R$ 1 milhão.
“Todos os nossos estudantes vão ter uma conquista de maior autonomia, é tu dar mais possibilidades, é mais uma tecnologia que vem pra trabalhar a individualidade, a autonomia, a própria autoria. Tu pode ler até mesmo com fones em sala de aula junto com os colegas, pode sair pra rua sem depender de outras pessoas contigo, então para todas as crianças, jovens e adultos, porque temos alunos na EJA que também serão beneficiados, é uma grande conquista de autonomia”, diz a coordenadora da Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Josiara Alves de Souza.
A aluna do 8º ano Gabrielle Rosa, está ansiosa para poder ler os mesmos livros que os colegas de sala de aula.
“Eu estou amando, eu estou tentando acreditar, não sei se é real isso, se eu estou sonhando, se eu estou acordada. Quando os livros não tiverem braile, a gente usa pra ler”, diz.
Para os professores, também é uma ferramenta a mais para o processo de ensino.
“A parte mais significativa pra mim é de chegar na escola e trabalhar com os alunos e começar a ensinar eles nesse processo do aprendizado do óculos. Porque a gente sabe da oferta de possiblidades que ele traz, é uma tecnologia mais acessibilidade da leitura, dos textos que não estão em braile”, diz o professor de música e educação especial André Vicente da Silva.
Fonte: G1