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Simers decide manter paralisação de médicos que atendem pelo IPE Saúde até 2 de maio

Simers decide manter paralisação de médicos que atendem pelo IPE Saúde até 2 de maio
13.04.2023 13h55  /  Postado por: Mirele Caldas

Os rumos que o IPE Saúde (Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do RS) deve tomar nos próximos anos começaram a ser alinhados nesta quarta-feira (12). Após um dia de reuniões em que o governo do Estado apresentou dados financeiros da instituição e medidas que estuda implementar, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) decidiu, em assembleia-geral extraordinária, pela continuidade da paralisação até o dia 2 de maio.

O encontro teve início às 19h, no auditório do sindicato, e contou com a presença de associados de forma remota. Segundo a entidade, a data limite se refere à expectativa da categoria sobre o projeto de reestruturação da autarquia, que será levado à Assembleia Legislativa na próxima semana.

— Estamos diante de um movimento histórico pela valorização da categoria, que vem recebendo valores que não condizem com a responsabilidade da profissão. Infelizmente, o que vemos é a falta de interesse dos médicos em continuar atendendo pelo IPE, e queremos uma solução, pois são mais de um milhão de usuários que ficarão desassistidos, sobrecarregando ainda mais o SUS — disse o presidente do Simers, Marcos Rovinski.

Com déficit mensal de R$ 36 milhões, o plano de saúde que atende um a cada 10 gaúchos, entre servidores públicos e seus dependentes, deve passar por reestruturações profundas para garantir sua sustentabilidade. Conforme o Piratini, o passivo atual junto aos prestadores se aproxima dos R$ 250 milhões. Entre as medidas estudadas pelo governo, estão a cobrança por dependentes e a ampliação da tarifa por idade.

Pelo menos três reuniões ocorreram durante a quarta-feira para discutir a situação financeira do IPE antes que a proposta de reestruturação elaborada pelo Piratini seja encaminhada para apreciação na Assembleia na próxima semana. O primeiro encontro, promovido pelo governo do Estado, convocou os 55 parlamentares estaduais e a imprensa para a apresentação do diagnóstico com dados da instituição como funcionamento, o perfil dos segurados, as fontes de financiamento e dificuldades financeiras.

Na reunião, o governador Eduardo Leite apontou fatores que vêm contribuindo para o desequilíbrio econômico da instituição, como envelhecimento, aumento da expectativa de vida da população e mudanças na legislação.

Durante a tarde, um segundo encontro, desta vez a portas fechadas no Piratini, ocorreu entre o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, a secretária de Planejamento, Governança e Gestão, Danielle Calazans, o presidente do IPE Saúde, Bruno Jatene, e entidades que representam os médicos. O presidente do Simers declarou insatisfação com o que ouviu.

— Saio decepcionado desta reunião. Não nos foi apresentada nenhuma proposta e tampouco alguma sinalização de aumento nos honorários dos médicos credenciados do IPE Saúde. Também não foi agendada nova data para nos reunirmos. Nos disseram que isso somente ocorrerá quando tiverem o projeto esboçado — disse Rovinski.

Também estiveram presentes no encontro o presidente do Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), Carlos Sparta; o diretor de Finanças da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), Dirceu Rodrigues; e o deputado estadual Dr. Thiago Duarte.

Procurada por GZH, a assessoria de comunicação do IPE Saúde se limitou a informar que a reunião foi fechada.

Paralisação

Os mais de 200 médicos que participaram da assembleia que precedeu a desta quarta-feira haviam decidido pela paralisação das atividades, nos dias 10, 11 e 12 de abril. A decisão afetou a realização de consultas e procedimentos hospitalares eletivos pelo convênio, sendo mantido apenas o atendimento das urgências e emergências.

Os profissionais que atuam no Hospital Ernesto Dornelles, por exemplo, que é referência no atendimento aos usuários do plano, cancelaram consultas e cirurgias eletivas. Mais de 200 consultas foram remarcadas na instituição em apenas dois dias de paralisação e metade das cirurgias eletivas não puderam ser realizadas. Também houve adesão de profissionais de todo o Estado, com uma estimativa de mais de 60% dos médicos que atuam em consultórios na Capital e Interior.

GZH
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