Revisão vai cancelar 66 mil benefícios do Bolsa Família em março no RS
Cerca de 10% das famílias atendidas até fevereiro pelo programa Bolsa Família deverão perder o direito aos pagamentos no Rio Grande do Sul em razão de revisões nos critérios da iniciativa e atualizações de cadastro a partir deste mês.
Dados do governo federal apontam que 66.205 beneficiados terão o auxílio cortado por não se enquadrarem nas regras — que privilegiam famílias em situação de maior pobreza. Ao mesmo tempo, outras 30.447 famílias gaúchas que estavam à espera de vaga vão passar a receber os valores.
Secretário de Assistência Social do Rio Grande do Sul, Beto Fantinel avalia como positivas as alterações promovidas pelo governo federal no Bolsa Família, que voltou a adotar critérios ignorados na gestão anterior do Planalto, como exigência de frequência escolar de crianças e adolescentes e acompanhamento de saúde, e a revisão no cadastro para eliminar quem se encontrava em situação irregular.
Conforme o secretário, um dos pontos a serem corrigidos nesta primeira etapa de ajustes é o pagamento do benefício para quem diz viver sozinho, sob a classificação de “família unipessoal”, mas na verdade divide a casa com pelo menos mais uma pessoa — muitas vezes, também habilitada a receber o recurso de forma duplicada.
— No Rio Grande do Sul, em apenas dois anos, vimos o número de famílias declaradas como unipessoais aumentar de 101 mil para 164 mil. Isso ocorreu porque o programa (batizado de Auxílio Brasil no governo de Jair Bolsonaro) deixou de fiscalizar o cadastro — observa Fantinel.
Em todo o país, nesse primeiro momento, deve ser interrompido o pagamento de cerca de 1,5 milhão de benefícios em razão do pente-fino nas inscrições. Nos próximos meses, outros 5 milhões de cadastros deverão ser revisados pelo governo federal em todos os Estados, e estimativas indicam que o número final de cancelamentos pode chegar a 2,5 milhões — não foi informada pelo ministério a expectativa para o Rio Grande do Sul.
Em compensação, a coordenação do programa vai incluir, apenas em março, 694,2 mil novos beneficiários no país inteiro. A retomada do Bolsa Família estabelece como critério básico para recebimento contar com uma renda de até R$ 218 por pessoa. O valor mínimo repassado é de R$ 600, podendo ter acréscimos como em casos de crianças de zero a seis anos ou gestante, por exemplo.
Crianças de até seis anos passam a receber um complemento de R$ 150 para cada uma na família. O ministério do Desenvolvimento informou a concessão desse recurso extra para 15,8 mil meninos e meninas nessa faixa etária no Rio Grande do Sul, totalizando 335,6 mil em todo o Brasil neste momento.
O secretário Beto Fantinel sustenta que o novo desenho do Bolsa Família deverá facilitar a implantação de outros programas sociais no Estado, já que os acompanhamentos de saúde e de educação previstos para garantir o repasse vão permitir manter um banco de dados social mais completo e atualizado — o que havia se perdido nos últimos anos em razão da falta de exigência de contrapartidas.
— Se tivermos uma criança desnutrida, o Estado deverá ficar sabendo disso porque o acompanhamento do peso é um dos critérios do programa. Se os gaúchos não ficarem conhecendo os problemas sociais que temos, não conseguiremos resolvê-los — avalia Fantinel.
Secretário de Assistência Social do Rio Grande do Sul, Beto Fantinel avalia como positivas as alterações promovidas pelo governo federal no Bolsa Família, que voltou a adotar critérios ignorados na gestão anterior do Planalto, como exigência de frequência escolar de crianças e adolescentes e acompanhamento de saúde, e a revisão no cadastro para eliminar quem se encontrava em situação irregular.
Conforme o secretário, um dos pontos a serem corrigidos nesta primeira etapa de ajustes é o pagamento do benefício para quem diz viver sozinho, sob a classificação de “família unipessoal”, mas na verdade divide a casa com pelo menos mais uma pessoa — muitas vezes, também habilitada a receber o recurso de forma duplicada.
— No Rio Grande do Sul, em apenas dois anos, vimos o número de famílias declaradas como unipessoais aumentar de 101 mil para 164 mil. Isso ocorreu porque o programa (batizado de Auxílio Brasil no governo de Jair Bolsonaro) deixou de fiscalizar o cadastro — observa Fantinel.
Em todo o país, nesse primeiro momento, deve ser interrompido o pagamento de cerca de 1,5 milhão de benefícios em razão do pente-fino nas inscrições. Nos próximos meses, outros 5 milhões de cadastros deverão ser revisados pelo governo federal em todos os Estados, e estimativas indicam que o número final de cancelamentos pode chegar a 2,5 milhões — não foi informada pelo ministério a expectativa para o Rio Grande do Sul.
Em compensação, a coordenação do programa vai incluir, apenas em março, 694,2 mil novos beneficiários no país inteiro. A retomada do Bolsa Família estabelece como critério básico para recebimento contar com uma renda de até R$ 218 por pessoa. O valor mínimo repassado é de R$ 600, podendo ter acréscimos como em casos de crianças de zero a seis anos ou gestante, por exemplo.
Crianças de até seis anos passam a receber um complemento de R$ 150 para cada uma na família. O ministério do Desenvolvimento informou a concessão desse recurso extra para 15,8 mil meninos e meninas nessa faixa etária no Rio Grande do Sul, totalizando 335,6 mil em todo o Brasil neste momento.
O secretário Beto Fantinel sustenta que o novo desenho do Bolsa Família deverá facilitar a implantação de outros programas sociais no Estado, já que os acompanhamentos de saúde e de educação previstos para garantir o repasse vão permitir manter um banco de dados social mais completo e atualizado — o que havia se perdido nos últimos anos em razão da falta de exigência de contrapartidas.
— Se tivermos uma criança desnutrida, o Estado deverá ficar sabendo disso porque o acompanhamento do peso é um dos critérios do programa. Se os gaúchos não ficarem conhecendo os problemas sociais que temos, não conseguiremos resolvê-los — avalia Fantinel.
COMO FUNCIONA
Critérios para entrada e permanência
- Renda de até R$ 218 por pessoa da família
- Os dados cadastrais devem estar sempre atualizados, não podendo ficar mais de 24 meses sem atualização
- Compromissos de saúde e educação (quando se aplicarem) a serem cumpridos: realizar acompanhamento pré-natal (gestantes), acompanhamento do calendário nacional de vacinação, acompanhamento do estado nutricional das crianças menores de sete anos, frequência escolar mínima de 60% (para crianças de quatro a cinco anos) e de 75% para crianças e adolescentes de seis a 18 anos incompletos que não tenham concluído a Educação Básica
Benefícios
- Valor mínimo de R$ 600 por família
- Crianças entre zero e seis anos recebem adicional de R$ 150
- Gestantes, crianças (acima de seis anos) e adolescentes (até 18 incompletos) recebem adicional de R$ 50
- Quem ultrapassar o limite de renda enquanto estiver no programa, até o limite de meio salário mínimo, pode seguir recebendo 50% do valor por até 24 meses
Como se inscrever
- A família deve estar inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Isso pode ser feito em um posto de recadastramento ou atendimento da assistência social do município. O local mais próximo pode ser consultado na aba “Serviços – Carta de Serviços” no site do ministério do Desenvolvimento (neste link)
- O saque é feito mensalmente por meio de um cartão entregue pelo governo