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Abaixo-assinados passam de 8,8 mil adeptos pedindo cassação de vereador caxiense

Dois abaixo-assinados, que foram abertos após a fala do vereador de Caxias do Sul Sandro Fantinel (sem partido) sobre a contratação de trabalhadores baianos para atuar na Vindima de Bento Gonçalves e foram resgatados em situação análoga à escravidão, já somam cerca de 8,8 mil assinaturas pedindo a cassação do político. Em sessão na Câmara de Vereadores da última terça-feira (28), Fantinel pediu aos produtores e empresários para que “não contratem mais aquela gente lá de cima”, e disse sobre o povo baiano que “a única cultura que eles têm é tocar tambor na praia”.

Um dos documentos digitais mais assinados até o momento foi aberto por um morador do Nordeste e reuniu até a tarde desta quarta-feira (1º), cerca de 8,6 mil assinaturas. Na descrição, Bruno Gino, responsável pelo documento, afirma “manifestar repúdio e pesar diante do discurso de cunho racista e xenofóbico” dito pelo vereador.

O segundo abaixo-assinado, aberto pela União da Juventude Socialista (UJS), em conjunto com a União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro), arrecadou até o momento 270 assinaturas. No documento, a descrição diz que esse é um “caso gravíssimo de violação de direitos humanos e trabalhistas envolvendo uma série de trabalhadores” e que “o caso ganhou justa repercussão nacional pela gravidade e pela ampla maioria da população não tolerar que as vidas das pessoas sejam menosprezadas pelo bel prazer da exploração e do lucro”.

Após a repercussão da fala, o partido Patriota, do qual Fantinel era membro, emitiu um ofício afirmando a expulsão do político. No documento, o Patriota Nacional afirma que o “discurso está maculado por grave desrespeito a princípios e direitos constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho” e que comunica a “expulsão das fileiras do partido na data de hoje (quarta-feira, 1º)”.

Também nesta quarta-feira, o ex-vice-prefeito de Caxias, Ricardo Fabris de Abreu, protocolou um pedido de cassação de Fantinel. No documento, Fabris cita que “Caxias do Sul e o Rio Grande do Sul são agora vergonha nacional, acusados de serem locais racistas, extremistas e xenófobos”. Segundo o pedido, “o vereador (Fantinel) não merece ser um representante deste município”. Além do pedido de cassação, ele solicita o imediato afastamento do parlamentar por até 90 dias, após recebimento da denúncia por dois terços dos vereadores, como previsto na Lei Orgânica do Município no artigo 100.

GZH

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