O jovem preso por matar a filha de 5 anos após ela urinar no chão de casa em Monte Santo de Minas, a 495 km de Belo Horizonte, já foi condenado por tráfico de drogas e é conhecido na região por envolvimento com o mundo do crime.
Um levantamento realizado pelo R7 mostra que Adrian Juliano Martins Herculano, de 21 anos, é citado em ao menos 50 boletins de ocorrência registrados pelas Polícias Civil e Militar.
A maior parte deles é de abordagens realizadas em função de denúncias relacionadas ao tráfico. Em muitas vezes o jovem foi encontrado sem objetos relacionados a crimes, mas ele sempre é descrito como um homem sabidamente envolvido com o uso e venda de entorpecentes.
Segundo os registros, os moradores da região o conhecem pelos apelidos de Limãozinho e Abacaxi. Em 2017, a Justiça determinou que o jovem fosse levado para um Centro Socioeducativo para menores infratores.
Em 2018, quando tinha 17 anos, Herculano foi detido durante uma ação policial contra um grupo apontado como responsável por fornecer drogas a motoristas em uma estrada perto da cidade.
O boletim do caso explica que três suspeitos fugiram, mas o então adolescente não conseguiu acompanhar os comparsas e acabou sendo apreendido. O documento revela que o menor estava com oito pedras de crack. Os policiais também encontraram no local pastas-base de substância análoga a cocaína e crack.
O levantamento ainda mostra que Herculano teria sido um dos responsáveis por mandar agredir um detento na região onde ele mora. O jovem também já foi parado no trânsito ao menos duas vezes por dirigir sem ter CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
Em 2022, Herculano foi condenado por tráfico e associação criminosa. Cabe recurso da decisão e o jovem ganhou o direito de responder em liberdade.
A reportagem tenta contato com a defesa do jovem.
Morte da filha
Adrian Juliano Martins Herculano foi preso nesta terça-feira (17) pela morte da filha de 5 anos. Ele se entregou à Polícia Civil e confessou o crime ocorrido no último dia 12 de janeiro.
Segundo a Polícia Civil, o jovem relatou que o caso aconteceu quando ele chegou em casa com a menina e a namorada após uma briga do casal. O homem contou, em depoimento, que atingiu a criança com um soco após ela urinar duas vezes no chão e ter sido repreendida na primeira delas.
Os investigadores explicam que Herculano disse ter pensado que a criança teria apenas desmaiado. Ao se dar conta da morte, ele enrolou a filha em um cobertor, abandonou o corpo perto do riacho de uma mata de difícil acesso e ateou fogo.
O delegado Vinícius Zaó explica que o jovem fugiu para a cidade de Franca (SP) após cometer o crime, mas o jovem relatou que sentiu remorso, voltou para Monte Santo de Minas e se apresentou à polícia acompanhado por um advogado.
A vítima vivia com o pai e a madrasta. A mãe dela, que segundo a família é usuária de drogas, perdeu a guarda quando a criança tinha 2 anos. Depois disso, a menina chegou a ser levada para um abrigo e viveu com a bisavó e a tia materna até o pai conseguir a responsabilidade oficial.
A madrasta Gabrielle Hernesto, que, segundo o delegado, acompanhou o namorado na ocultação do corpo e manteve contato com o companheiro durante o tempo em que ele ficou foragido, também foi presa. “Ter conhecimento desses fatos e não comunicar à polícia acabou fazendo com que ela tivesse algum tipo de participação”, completou.
R7