Idoso é condenado a 19 anos de prisão por matar esposa com martelo e enterrar corpo no pátio de casa em Sananduva
Um homem de 79 anos acusado de matar e enterrar a própria esposa no pátio de casa em Sananduva, no Noroeste do Rio Grande do Sul, foi condenado a 19 anos e 8 meses de prisão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O crime foi cometido em abril de 2019. O júri foi realizado no dia 22 de novembro e teve o resultado tornado público nesta segunda-feira (28).
No júri, a defesa de José Antoni Conci pediu a absolvição do réu, alegando legitima defesa. A Defensoria Pública afirma que respeita a decisãodo júri, mas que irá recorrer da sentença.
O juiz responsável pelo caso, Gabriel Pinós Sturtz, decretou a prisão do acusado, que não poderá recorrer em liberdade. Entre as qualificadoras do crime, a Justiça considerou feminicídio, meio cruel e motivo fútil.
Conforme a denúncia, a mulher foi atacada com um golpe de martelo, utilizado para rachar lenha, e não resistiu. A causa da morte foi traumatismo crânioencefálico.
“A morte por um golpe de martelo na cabeça constitui em método medieval e cruel de homicídio, como se o réu estivesse numa arena de gladiadores da antiga Roma, o que extrapola a gravidade concreta do tipo penal, sobretudo pela arma utilizada, exibida em Plenário, que realmente parece um instrumento medieval”, disse o juiz.
Relembre o crime
Leodovina Corassa, de 64 anos, vivia havia cerca de 30 anos com o réu. Eles não tinham filhos.
A vítima desapareceu no dia 20 de abril de 2019, e pessoas da região deram falta da idosa. Durante as investigações, a polícia desconfiou do marido. Segundo o delegado Hugo Rigo Junior, o idoso teria pedido uma pá a um vizinho e dito que a companheira estava internada com problemas psicológicos.
“Eu entreguei uma pá e fui para o meu trabalho. Ele lavou toda a casa por dentro. Ali, eu desconfiei”, disse Ivanir Marcon, um vizinho do casal.
A descoberta do corpo ocorreu durante cumprimento de mandados de busca e de prisão temporária do homem, em 23 de abril de 2019.
“Estava em uma cova coberta, embalado em sacos plásticos. Ela estava com as mãos amarradas e havia uma camisa enforcando o pescoço. Tinha também um pouco de sangue no rosto”, disse o delegado na época.
Depoimentos de testemunhas fizeram com que a polícia procurasse o homem. A vizinhos, o idoso dizia que a mulher voltaria viva ou morta do local em que estaria.
“Vimos fortes indícios que havia alguma coisa errada. Estivemos na casa dele, ele nos recepcionou, e notamos cheiro forte de sangue. Havia um colchão que ele admitiu que era dela e ele havia jogado água e colocado na janela para arejar”, afirmou o delegado em 2019.
*G1RS