Para ter acesso e poder manusear as peças, a instituição iniciou as tratativas com o Museu Italiano e, em setembro, recebeu a autorização do Diretor dos Institutos Culturais e do Chefe dos Museus Estaduais. “As peças chegaram em uma enorme caixa preta, com uma grande etiqueta “abito di Anita Garibaldi”, carregada pelo responsável do museu e mais três pessoas. O traje pertenceu a Anita, passou por análise e restauro de profissionais da Itália. Além de possuir muitos indícios de uso, há elementos que não eram comuns para época, como bolso na saia e outras especificidades”, revela Edinéia.
UNIFEBE realiza pesquisa inédita na Itália sobre roupa que pertenceu a Anita Garibaldi
A saia e véstia feitas à mão, em brocado de cor preta, utilizadas por Anita Garibaldi, são os objetos da pesquisa inédita realizada pela pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura da UNIFEBE, professora Edinéia Pereira da Silva. Pela segunda vez na história, uma pesquisadora brasileira teve acesso às peças de roupa que pertenceram à Heroína dos Dois Mundos e que estão preservadas há mais de 150 anos, na reserva técnica do Museo di Stato – Piazzetta Titano de San Marino, na Itália.
O intuito da pesquisa, coordenada pela doutora em história e docente há 11 anos do curso de Design de Moda da UNIFEBE, é estudar o artefato de forma técnica, incluindo a parte têxtil, como fios, tramas, tipologias de costuras, modelagem, a moda e, sobretudo, o contexto histórico e simbólico que permeia a peça e a usuária.
Edinéia explica que o único pesquisador brasileiro que teve acesso e mencionou em suas publicações sobre a existência da roupa de Anita Garibaldi foi Wolfgang Ludwig Rau, em 1969. Na época, ele apenas publicou uma foto da peça, que na ocasião estava exposta no museu. De lá para cá, a peça saiu da exposição, já que normalmente artefatos do século XIX não ficam expostos, em razão das alterações sofridas nas tramas do tecido.