Wesley Safadão trava disputa judicial por aeronave de R$ 37 milhões recebida como garantia de pagamento
O cantor Wesley Safadão disputa na Justiça contra as vítimas do ‘Sheik dos Bitcoins’ a posse de uma aeronave de R$ 37 milhões. O artista alega ser vítima do golpista e ter recebido a aeronave como garantia de pagamento pelo investimento na empresa de Francisley Valdevino da Silva.
Conhecido como ‘Sheik dos Bitcoins’, Francesley é apontado pela Polícia Federal como líder de um esquema que movimentou cerca de R$ 4 bilhões no Brasil por meio de fraudes envolvendo pirâmide financeira com comercialização de criptomoedas.
Na última semana, endereços ligados a ele foram alvo de uma operação da Polícia Federal, com envolvimento da Interpol, que apontou que o golpista atuava não só no Brasil, mas em outros 11 países. Nos endereços, foram apreendidas barras de ouro, carros e relógios de luxo.
Após o golpe, as vítimas de Francisley acionaram a Justiça com um processo de arresto, em que bloqueiam os bens do golpista como garantia de pagamento. A aeronave que é operada pela empresa de Wesley Safadão está na lista.
No registro da Agência Nacional de Aviação (Anac) ela está em nome da ITX ADMINISTRADORA DE BENS LTDA, empresa de Francisley, mas tem como operadora a empresa WS SHOWS LTDA, de Wesley Safadão.
De acordo com a defesa de Safadão, ele fez investimentos com o golpista e, sem receber, conseguiu a aeronave como garantia. O cantor alega que chegou a entrar com processo de transferência do bem para seu nome na Anac, mas o processo não teria sido concluído.
Ele acionou o Poder Judiciário e conseguiu suspender a apreensão do bem, mas de forma liminar.
Em nota, a defesa do artista disse que parte dos valores do financiamento do bem foi feito pelo cantor.
“Wesley foi tão prejudicado quanto os demais, ele também é um credor, porém ele teve a assessoria jurídica que se antecipou e pegou o jato como garantia de receber alguma coisa. Importante ressaltar também sobre ele ter pago uma parte e estar com financiamento todo aprovado pelo Banco do Brasil”, disse.
Sheik dos Bitcoins
A Operação Poyais, da Polícia Federal, aponta que o suspeito e o grupo comandado por ele movimentaram cerca de R$ 4 bilhões no Brasil por meio de fraudes envolvendo pirâmide financeira com comercialização de criptomoedas, lavagem de ativos e crimes contra o sistema financeiro.
A investigação começou em março deste ano, depois de um pedido de cooperação policial internacional, feito pela Interpol. Francisley se apresentava como gerenciador de uma empresa de aluguel de criptomoedas. Com as operações, ele prometia remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido.
No entanto, segundo a investigação da polícia, não foram detectadas movimentações dos valores de entrada ou qualquer operação de trading, provando que ele não fazia investimentos em nome das vítimas. As investigações apontam que, na verdade, ele agia com um esquema de pirâmide.