Falta de chuva afeta fortemente produção de leite no RS
As principais regiões produtoras de leite do país também amargam perdas que resultam das intempéries. Os rebanhos dos três Estados do Sul – que, juntos, respondem por 12 bilhões de litros – estão sofrendo com a seca e as altas temperaturas, enquanto em Minas Gerais, que produz 9,7 bilhões de litros e lidera o ranking nacional, o problema é o excesso de chuvas.
A estiagem severa no Rio Grande do Sul já afeta os produtores de leite pelo quarto ano seguido. O clima ruim impactou o milho e os pastos, afetando a alimentação dos animais. No Sul, onde o gado é de origem europeia, a alimentação desbalanceada e o calor reduzem o volume de produção e a qualidade da bebida. “O leite pode ficar mais ácido e não serve para produzir derivados”, explica Darlan Palharini, secretário executivo do Sindilat-RS, que representa a indústria, em entrevista à nossa reportagem.
A seca soma-se à alta de custos como um elemento de redução da produção de leite no país. Ele estima que o volume produzido no último trimestre foi de 5% a 7% menor do que em 2020. Segundo o dado mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção caiu 4,9% no terceiro trimestre, para 6,19 bilhões de litros. A Emater-RS projetou até agora redução de 1,6 milhão de litros captados ao dia no Estado – em algumas regiões, a queda se aproxima de quase 10%. Para Darlan Palharini, do Sindilat, a questão do preço pago ao produtor e consumidor será impactada.