Sociedade Brasileira de Pediatria vê consulta pública para vacinar crianças como desnecessária
A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Fiocruz fez uma defesa enfática da inclusão de crianças a partir dos cinco anos na vacinação contra a Covid. A China começou em junho a vacinação de crianças a partir de três anos de idade. Os Estados Unidos já imunizaram mais de 6,5 milhões de crianças entre 5 e 12 anos. Em pelo menos 16 países, crianças estão sendo imunizadas contra a Covid. No Brasil, apesar da autorização da Anvisa desde o dia 16 de dezembro, até agora ogoverno Bolsonaro não incluiu essa faixa etária no Programa Nacional de Imunizações.
O presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri não vê justificativa para a consulta pública, afirmando que ela é desnecessária.
A Fiocruz reforçou a importância de se imunizar crianças a partir de 5 anos. Em nota técnica, argumentou que “diante da transmissão e avanço atual da variante ômicron, existe uma preocupação aumentada com seu maior poder de transmissão, especialmente nos indivíduos não vacinados. Isso torna as crianças abaixo de 12 anos um grande alvo dessa e possivelmente outras variantes de preocupação”.A vacina da Pfizer autorizada pela Anvisa para uso nas crianças tem o mesmo princípio ativo da vacina usada na população acima de 12 anos, mas a fórmula diferente e a dosagem é menor. O imunizante virá num frasco diferente: com tampa de cor laranja, para evitar erros durante o manuseio pelas equipes de saúde. Sobre reações adversas, o médico Renato Kfouri considera que a exemplo de outras vacinas podem ocorrer, mas que ainda é mais seguro se imunizar.
A Pfizer diz que está atuando junto ao governo para definir as datas de envio das vacinas. A estimativa, segundo a farmacêutica, é de entregas a partir de janeiro. A falta de agilidade do governo em incluir as crianças a partir de cinco anos na imunização contra Covid preocupa a Sociedade Brasileira de Pediatria, que divulgou uma nota de alerta afirmando que “os critérios para introdução de uma vacina num programa de imunizações não se resumem à prevenção das mortes relacionadas à doença contra a qual se deseja uma intervenção. Conforme salientado no texto, influenza, diarreia por rotavírus, varicela, hepatite A, meningite meningocócica, entre outras doenças, faziam menos vítimas ao longo de um ano do que a Covid-19 em pediatria e não hesitamos em incorporar em programas de saúde pública vacinas para a prevenção destas doenças e de suas complicações. Vacina-se para prevenir hospitalizações, sequelas, uso de antibióticos, visitas aos serviços de saúde, ocupação de leitos em UTI, entre outros”.
O presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP, Renato Kfouri reforça que a vacina contra Covid para crianças é segura e pode beneficiar toda a sociedade.
FONTE: G1