Valor do boi é o menor no ano; por que preço da carne não cai?

Enquanto nas prateleiras dos mercados o preço da carne está nas alturas, no campo, os valores recuaram alguns reais. Isso porque as vendas do Brasil para a China foram suspensas após dois casos atípicos de vaca louca notificados em Minas Gerais e Mato Grosso
A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) já informou que as ocorrências não apresentam risco para a cadeia de produção bovina brasileira. Mesmo assim, a China mantém o veto há 47 dias. O país asiático importa quase metade das cerca de 2 milhões toneladas de carne que o Brasil envia a outros países, por ano e, portanto, todo movimento que a nação faz facilmente afeta nossos preços. O Coordenador do núcleo de sistemas de produção de bovinos de corte e cadeia produtiva da UFRGS, Julio Barcelo ressalta que a maioria da carne bovina ainda está parada em câmaras frias nos frigoríficos e em contêineres em portos, sem previsão de destino. Ele comenta porque no RS este impacto de excesso de oferta ainda não chegou ao bolso do consumidor.
Quando se olha para o campo, a trajetória futura do preço da carne parece incerta e pecuaristas já diminuíram o abate de bois, que vem se acumulando nas fazendas. O professor Julio Barcelo da UFRGS analisa este cenário.
Se a suspensão da China se estender por muito mais tempo, a tendência é que os frigoríficos comecem a colocar mais carne no mercado interno. Com mais proteína disponível, a tendência seria os preços caírem. O professor pontua ainda que o reflexo do atacado para o varejo leva um tempo. Geralmente, os mercados esperam acabar o estoque adquirido por um preço mais alto para, então, reporem o produto comprado por um valor menor e, assim, decidirem reduzirem preço.
FONTE: G1