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Tite reconhece méritos da Argentina, defende resiliência do Brasil e critica Conmebol

O semblante fechado e a fala mais mansa do que habitual eram indícios de que o técnico Tite não fazia questão de disfarçar a insatisfação com a derrota da Seleção Brasileira para a arquirrival Argentina na final da Copa América. O treinador concedeu entrevista coletiva logo após a perda do título, na qual elogiou o mérito do time adversário, mas o criticiou por ‘picotar’ a partida, assim como a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) pela organização do evento.

“O sentimento é de tristeza, mas primeiro de reconhecimento do outro lado. Se não for assim, a gente faz do futebol como o que ganha é bom e o que perde é terra arrasada. Temos que olhar o outro lado. Aqui tem um profissional que tem um pouco de lastro para saber reconhecer o outro lado. Teve o trabalho, a qualidade técnica individual, teve as estratégias, teve o seu tempo, e fez um enfrentamento, com efetividade e conseguiu conquistar. Prefiro reputar e reconhecer o outro lado pelo valor da vitória”, analisou.

No entanto, fez críticas ao mandatário da Conmebol, Alejandro Domínguez, ao falar sobre a organização do evento, a qual, segundo ele, ficou devendo muito. “Qualidade dos gramados… nós quase perdemos o Everton em um treinamento, porque o gramado trancou e ele teve luxação de dedo, foi uma exposição dos atletas em cima de pouco tempo, o que é impossível diante da grandeza da competição”.

Tite resolveu citar o paraguaio em sua fala. “Estou falando especificamente sobre o responsável, Alejandro, que é o presidente da Conmebol. Estou falando dele, por ter organizado uma competição em tão curto espaço de tempo”, comentou. E, apesar de reconhecer a vitória dos adversários na grade final, criticou a conduta da marcação no confronto. “Teve um antijogo, cavar falta, não dar ritmo, estratégia de picotar no segundo tempo. Mas era uma equipe bem postada, com linha defensiva e boas peças de reposição. Tem mérito do outro lado. E temos de passar por adversidades como estas também”.

Apesar disso, avaliou que a “Seleção fez esses 40 dias juntos fazendo o melhor trabalho possível, utilizando muitos jogadores importantes, tento alternâncias de movimentos táticos e escalações”. “Poucos de vocês sabem o que se passa dentro da preparação nossa, das ações, dos comportamentos dos atletas, das condutas, da lealdade. O que a gente tenta externar é exatamente essa capacidade. O esporte te traz uma lição muito forte, porque resiliência é um ponto que tem que ter. Um só vence, os outros têm que ter resiliência”.

Próximos passos da Seleção

Esta foi a quinta derrota de Tite no comando da Seleção desde que assumiu o posto e 2016. O revés quebra uma sequência de 13 jogos sem perder. O Brasil volta a campo em setembro para atuar pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Os adversários serão o Chile e o Peru.

Fonte: Correio do Povo

Foto: Nelson Almeida / AFP

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