O Hospital de Caridade de Carazinho publicou neste domingo (16) uma nota declarando colapso e suspendendo cirurgias devido à Covid-19. O hospital afirma que a capacidade de atendimento de pacientes em UTI COVID extrapola 200% e que não tem mais equipamento respirador pulmonar disponível para uso em novos pacientes.
Além disso, o hospital relata extrema dificuldade de aquisição de medicamentos para intubação e manutenção de pacientes intubados. O comunicado também informa que mais de 70% dos pacientes internados com COVID-19, em leitos clínicos e de UTI , possuem faixa etária abaixo de 50 anos.
O hospital irá suspender todas as cirurgias por prazo indeterminado, exceto cirurgias de urgência e emergência. A Tenda de Triagem Externa do HCC também será fechada e os profissionais da Tenda irão auxiliar no atendimento interno dos pacientes clínicos e de UTI COVID. Os atendimentos de pacientes com problemas respiratórios e/ou com suspeita de COVID-19, serão realizados exclusivamente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
‘Este é o momento mais grave da pandemia em Carazinho, e impõe-se que toda população, se una em um esforço conjunto para salvarmos vidas. O vírus se mostra mais contagioso e letal, inclusive em pacientes jovens’, declarou o HCC, pedindo que os cuidados sejam redobrados, “sob pena de ainda perdermos centenas de carazinhenses”.
Apelo
Em documento enviado ao governador Eduardo Leite, o HCC relata “situação angustiante e desesperadora”. O hospital solicita transferência dos pacientes e imediata entrega de respiradores e medicamentos do kit intubação. O HCC ainda afirma ter estoque de medicamentos para intubação e manutenção dos pacientes em ventilação mecânica para até 24h, caso não haja maior agravamento da situação.
Situação Epidemiológica
Os casos de Covid-19 têm crescido em Carazinho, chegando a 493 ativos neste domingo (16). Conforme o boletim da Secretaria Municipal de Saúde, a cidade tem 19 pacientes internados no município em UTI e 28 em leitos clínicos. Além disso, sete pacientes da cidade estão em hospital de referência.
A cidade chegou a decretar um toque de recolher, para tentar conter a contaminação. No entanto, o decreto foi revogado após recomendação do Ministério Público.
Fonte: Jornal O Nacional