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Vamos falar sobre o Lúpus? Uma doença silenciosa

Estudo internacional ratifica segurança de novo medicamento para lúpus eritematoso sistêmico.             

Médica reumatologista Tamara Mucenic, do Grupo Oncoclínicas, participou do trabalho publicado na revista The Lancet. 

Doença crônica autoimune que afeta nove vezes mais mulheres que homens, o lúpus eritematoso sistêmico (LES) é raro e de manifestações muito amplas e variadas entre as pacientes. Isso faz com que a aprovação de novos medicamentos seja um processo complexo. O mais recente, o imunobiológico Belimumabe, é usado no Brasil desde 2013, mas as incidências de mortalidade e eventos adversos ainda levantavam dúvidas sobre o tratamento. No entanto, um estudo multicêntrico internacional mostrou que o medicamento é seguro, com mortalidade e eventos adversos semelhantes entre o grupo que recebeu o remédio e o que recebeu placebo.

O estudo BASE selecionou mais de 4 mil pacientes no mundo todo entre 2012-2017 e comparou o uso do medicamento com o placebo. Em um dos centros brasileiros que integraram a pesquisa, a médica reumatologista Dra. Tamara Mucenic, do Grupo Oncoclínicas, foi responsável pela inclusão de mais de 60 pacientes participantes do estudo. O resultado foi publicado recentemente na conceituada revista científica The Lancet. “Apesar de estudos clínicos anteriores terem mostrado um bom perfil de segurança, havia algumas diferenças nas incidências de mortalidade e eventos adversos específicos. Assim, foi realizado um estudo de fase IV para esclarecer estas discrepâncias”.

 A reumatologista explica que o estudo ratificou a segurança do Belimumabe, embora o grupo que recebeu o medicamento tenha tido mais reação infusional (alérgica), mais depressão e risco de suicídio. Conforme Dra. Tamara, esta associação do medicamento com sintomas neuropsiquiátricos trata-se de algo raro (ocorreu em menos de 1% neste estudo) e apenas leva à recomendação de precauções e mais vigilância no uso dele em pacientes com quadros depressivos prévios ao inicio do tratamento.  O lúpus eritematoso sistêmico é mais incidente na idade reprodutiva, entre 15 e 45 anos, e causa inflamação em várias partes e órgãos do corpo, especialmente pele, articulações, coração, rins e pulmões, provocando diferentes sintomas de acordo com os locais afetados.

 De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, embora a causa do LES não seja conhecida, sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais participam de seu desenvolvimento. Portanto, pessoas que nascem com susceptibilidade genética para desenvolver a doença, em algum momento, após uma interação com fatores ambientais (irradiação solar, infecções virais ou por outros micro-organismos), passam a apresentar alterações imunológicas. A principal delas é o desequilíbrio na produção de anticorpos que reagem com proteínas do próprio organismo e causam inflamação em diversos órgãos como na pele, mucosas, pleura e pulmões, articulações, rins etc. 

Confira a seguir a reportagem de Luzia Camargo com a reumatologista.

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