O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que é médico e ex-ministro do Desenvolvimento Social do governo Jair Bolsonaro, continua criticando a quarentena determinada por prefeitos, governadores e ex-ministros da Saúde em meio à pandemia do novo coronavírus. Osmar Terra foi cobrado sobre afirmações feitas em abril de que o Brasil teria, em 2020, menos mortos por COVID-19 do que por infecções causadas por H1N1 em 2019 (no total, 796 mortes). Segundo ele, que conversou com a nossa reportagem, não há nenhuma evidência científica que lockdown e quarentena diminuem o número de casos.
No entendimento do médico e deputado federal, que é um dos conselheiros do presidente Jair Bolsonaro, apenas pessoas contaminadas e de grupos de risco deveriam ter sido isoladas no país. Para ele, sempre se enfrentou uma epidemia, como a que ele coordenou em 2009 quando houve surto de gripe AH1N1 com cuidados de proteção individual, máscara, lavar as mãos, guardar distância, proteger grupo de risco. Para ele, as pessoas precisam trabalhar e pois muitas que estavam sadias foram contaminadas em casa.
Osmar também encerra comentando sobre levantamento da Famurs no qual 94% dos prefeitos não querem o retorno às aulas.
Osmar Terra fala sobre se os pais devem ou não levar seu filho às escolas.
Contraponto
Apesar das afirmações de Terra, uma pesquisa do Imperial College, em Londres, constatou que medidas de isolamento social adotadas por 11 países podem ter ajudado a evitar 120 mil mortes na Europa.
O levantamento olhou para dados de Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Itália, Noruega, Reino Unido, Suécia e Suíça. Modelos matemáticos focaram na chamada taxa de reprodução básica, ou seja, o número médio de novas infecções causadas por cada pessoa infectada. A conclusão é de que esses países seguraram o aumento da taxa de reprodução básica por meio de intervenções como o isolamento social. O isolamento também foi a recomendação feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
FONTE E FOTO: ESTADO DE MINAS