Rio Grande do Sul perde R$ 36,1 bilhões com efeitos da estiagem
23.06.2020 07h19 / Postado por: Roger Nicolini
O Rio Grande do Sul perdeu R$ 36,1 bilhões com os efeitos da estiagem sobre os diversos setores da economia. Somente no agronegócio, o impacto negativo somou R$ 10,472 bilhões, segundo dados apresentados pelo presidente da Farsul, Gedeão Pereira, e pelo economista-chefe da entidade, Antônio da Luz, em videoconferência nesta segunda-feira.
As perdas geradas pela falta de chuva no campo no verão devem acarretar em uma redução de 1,6% no Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho. Antes da estiagem, o setor agropecuário estimava um aumento de produção que levaria a uma safra recorde, no entanto, o que se confirmou foram perdas acumuladas que representam 7,36% do PIB total do Estado.
Segundo Luz, o impacto é generalizado porque a agropecuária é um setor que produz efeito cascata em outras importantes áreas da economia: a indústria e comércio, que fornecem para a agricultura, o comércio, que compra da agricultura, além de distribuição. “É menos produto que vai ser industrializado, porque temos menos produção. Teremos menos serviço, menos produto para ser transportado e menos produto para ser vendido”, explica. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas sofreu uma retração de 23% da safra de 2019 em relação a 2018, saindo de 34,6 milhões de toneladas para 26,4 milhões de toneladas.
O cenário trabalhado pelo agronegócio gaúcho em dezembro de 2019 era de um faturamento de R$ 42,72 bilhões, um incremento de 33,10% em comparação com R$ 32,09 bilhões de 2019. Já o cenário de maio deste ano é de uma queda de -1,06% no faturamento comparado a 2019, para R$ 31,75 bilhões.
Agora, com o período de estiagem passando e uma expectativa de amenizar um pouco do impacto das perdas com as colheitas de inverno, como trigo, a Farsul se debruça sobre as lições tiradas no período. Para Gedeão Pereira será necessário expandir a irrigação no Rio Grande Sul, a qual ele diz que vem progredindo no País, mas ainda enfrenta muitos desafios ligados a questões ambientais. “Embora a gente já esteja quase lá, já que não precisa mais licenciamento para comprar pivô de irrigação, eu preciso da água para alimentar o pivô, e aí começam as dificuldades”, argumenta.
Fonte: Jornal do Comércio RS
Foto: Fetag/ Divulgação
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