Famurs recomenda manutenção do isolamento social nos municípios gaúchos
Em nota divulgada na manhã deste domingo, a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) reiterou seu posicionamento pela manutenção do isolamento social para evitar a disseminação do Coronavírus, conforme orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde. A recomendação da entidade se alinha à manifestação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
A entidade, que representa os 497 municípios gaúchos, ressalta que flexibilizar as medidas restritivas de circulação, como liberação das atividades de comércio e retorno às aulas, é uma “temeridade”. “Abrandar o isolamento social, neste momento, pode representar uma expansão acelerada do contágio, assim como pode, inevitavelmente, sobrecarregar o sistema de saúde pública de todo Brasil, ainda insuficiente para atender um surto da pandemia”.
A Famurs salienta que mais de 90% dos municípios gaúchos ainda aguardam a chegada dos EPIs (equipamentos de proteção individual) e aparelhos hospitalares, como respiradores mecânicos, essenciais no tratamento do vírus. Por fim, a entidade recomenda às prefeituras a continuidade das medidas adotadas, mantendo a vigência dos decretos de emergência e calamidade.
O presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Eduardo Freire, afirmou que o momento é dos municípios estar comprometidos com a saúde da população e deixar os efeitos econômicos em segundo lugar.
Destacou que a pandemia não chegou com força ainda no Estado e com a proximidade do inverno a situação deve piorar bastante, uma vez que aumenta a incidência de outras doenças e a imunidade fica mais baixa. Todos esses fatores, na opinião de Freire, tornam o Rio Grande do Sul uma área de alto risco para o coronavírus. Freire afirmou que o sistema de saúde dos municípios gaúchos não estão preparados para enfrentar a pandemia. A maioria das cidades sequer está preparada com os Equipamentos de Proteção Individual, como máscaras e luvas. O número de respiradores, considerados essenciais no tratamento ao coronavírus, é baixo. Além disso a maioria dos municípios com menos de 5 mil habitantes tem equipes de saúde muito reduzidas, contando com um ou dois médicos.
Destacou que grandes potências mundiais como China, Itália, Espanha e Estados Unidos tiveram seus sistemas entrando em colapso e isso preocupa muito a Federação. O presidente frisou que cidades maiores, como Passo Fundo, ficarão sobrecarregadas, pois mais de 300 cidades do estado não tem leitos hospitalares. Freire afirmou que a Famurs está sim preocupada com a situação econômica. A arrecadação vai diminuir muito e vários setores vão quebrar, mas ressaltou que a única arma para enfrentar o coronavírus é o isolamento social.
O presidente pediu que o isolamento permaneça por pelo menos 15 dias para que os municípios recebam os equipamentos e os testes rápidos para ter condições de enfrentar a pandemia. Freire pediu que os prefeitos gaúchos não cedam as pressões que estão sendo realizadas por diversos setores, pois lá na frente a situação pode ser muito pior.
Fonte: Ascom Famurs e Rádio Uirapuru
Foto: Divulgação.