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Movimento da China de suspender compras nos EUA melhora condições de preço da soja do Brasil

Movimento da China de suspender compras nos EUA melhora condições de preço da soja do Brasil
06.08.2019 07h00  /  Postado por: Roger Nicolini

Estável. Foi assim que o mercado da soja fechou o dia na Bolsa de Chicago depois de uma segunda-feira extremamente agitada e volátil em quase todos os mercados. Os últimos movimentos de China e Estados Unidos na guerra comercial chegaram impactando todos os mercados financeiros, de ações e commodities e com a oleaginosa não foi diferente. Mais cedo, o mercado que encerrou os negócios com pequenas variações de nem 1 ponto entre os contratos mais negociados, perdia mais de 10 pontos, levando as cotações aos seus mais baixos patamares desde o final de maio.

O mercado sentiu, a princípio, o peso das notícias de que a China pediu às suas estatais que suspendam compras de produtos agrícolas norte-americanos e de que o Banco Central chinês teria permitido, pela primeira vez em mais de dez anos, que o yuan rompesse a marca dos 7 por dólar. A medida promoveu uma pressão severa sobre os futuros da oleaginosa, uma vez que sinaliza uma distância ainda maior entre os dois países para que alcancem um acordo.

Para o analista sênior da INTL FCStone, Darin Friederichs, em entrevista à agência internacional, “as grandes compras agrícolas norte-americanas são a maior alavancagem” que a China possui agora, sendo essa sua principal carta. Afinal, “isso afeta diretamente o setor agrícola norte-americano ainda mais, que é uma das principais bases eleitorais de Donald Trump. Se eles reagirem antes da eleição, essa é maneira mais óbvia de retaliação”, diz.

Na sequência, as previsões climáticas atualizadas no meio do dia indicando condições mais preocupantes para o Corn Belt na segunda quinzena de agosto permitiram que o mercado desse uma pausa nas baixas para retomar seu fôlego e recuperar alguns patamares importantes.

A incerteza sobre a realidade e o futuro da nova safra dos Estados Unidos mantém os preços ainda sem uma direção bem definida e também uma cautela maior por parte dos traders no mercado internacional neste momento.

SOJA DO BRASIL

E por falar em soja brasileira, todo essa escalada das tensões entre Xi Jinping e Donald Trump continuam a sinalizar que a demanda chinesa pela soja brasileira segue forte e com sinais de crescimento. Nesta segunda-feira, a Cofco International projetou uma alta de 5% em suas importações de grãos do Brasil ao ano. A informação foi feita pelo chairman do grupo, que é uma das maiores tradings estatais chinesas, Jingtao Chi, durante o Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido pela ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) e pela B3.

Somente na semana passada, depois do anúncio de Trump sobre novas tarifas de 10% em US$ 300 bilhões em produtos chineses, foram mais de meio milhão de toneladas de soja brasileira à nação asiática, segundo relatou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Essas notícias e esses movimentos têm promovido um espaço de recuperação e retomada dos prêmios no mercado brasileiro, porém, ainda de forma limitada. Ainda como explica Brandalizze, os chineses têm forçado menos nos prêmios observando a compensação que os preços brasileiros têm encontrado no câmbio.

Fonte e foto: Notícias Agrícolas

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