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Presidente da OAB diz que vai ao STF para que Bolsonaro esclareça o que sabe sobre a morte de seu pai

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, disse que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para que o presidente Jair Bolsonaro se manifeste sobre a morte de seu pai. Fernando Santa Cruz desapareceu em fevereiro de 1974, durante a ditadura militar no Brasil.

— Quero saber do presidente o que ele efetivamente sabe, se ele soube nos porões da ditadura, o que é muito grave, porque ele diz que soube à época quando era militar, então ele reconhece relação com os porões da ditadura. Vou ao Supremo Tribunal Federal pedir, interpelar o presidente para que ele esclareça isso — disse o presidente da OAB, segundo o portal G1.

Na manhã desta segunda-feira (29), Bolsonaro afirmou que “se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele“. À tarde, em uma transmissão de vídeo nas redes sociais, o presidente disse que Fernando Santa Cruz tinha sido morto pelo grupo de esquerda do qual fazia parte.

— O pessoal da Ação Popular ficaram (sic) estupefatos, né? Como é que pode este cara do Recife vir se encontrar conosco aqui no Rio de Janeiro, o contato não seria com ele, seria com a cúpula no Recife. E eles resolveram sumir com o pai do Santa Cruz, essa é a informação que eu tive na época — argumentou o presidente.

Os relatórios da Marinha e da Comissão da Verdade contradizem o que o presidente Jair Bolsonaro falou sobre Fernando Santa Cruz.

A Comissão Nacional da Verdade — criada pelo Estado para fazer um registro oficial dos crimes do regime militar — relata que Fernando e seu amigo, Eduardo Collier Filho, provavelmente foram presos por agentes do Destacamento de Operações de Informação — Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) no Rio de Janeiro.

A Comissão cita ainda um documento de 1978 no qual o Ministério da Aeronáutica reconhece que Fernando foi preso em fevereiro de 1974.

“Já na década de 1990, o Relatório da Marinha enviado ao então ministro da Justiça, Maurício Corrêa, em dezembro de 1993, informava que Fernando teria sido preso no dia 23 de fevereiro de 1974, sendo considerado desaparecido desde então”, acrescenta o relatório.

Fonte e foto: Gaúcha ZH

 

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