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Desaparecido, funcionário ligado à Vale alertou mãe sobre vazamento de barragem há 20 dias

Uma mulher que busca o filho desaparecido na tragédia de Brumadinho (MG) disse que o rapaz, funcionário de uma empresa terceirizada da Vale, já havia alertado há 20 dias que a barragem que rompeu nesta sexta-feira (25) estava vazando.

“Tem 20 dias que ele falou comigo, ele trabalhava em firma terceirizada: ‘Mãe, a barragem tá minando água’. Eu falei que era normal, porque eu não entendo”, disse a mulher, que não teve o nome revelado, em entrevista à TV Record nesta segunda-feira (28).

A mãe foi abordada pela reportagem da emissora enquanto buscava informações pelo rapaz, que foi visto pela última vez na própria sexta, durante a hora de almoço; A Vale informou sobre o acidente à Secretaria do Estado de Meio-Ambiente às 13h37.

“Meu filho tinha descido para almoçar. A última vez que o pessoal teve contato, ele estava dentro de uma caminhonete, ‘tampado de lama’ com mais duas pessoas”, disse à TV.

Nesta terça, as autoridades iniciam o quinto dia de buscas na região. A Defesa Civil de Minas Gerais informou, na noite desta segunda, que o número de mortos do rompimento da barragem subiu para 65 pessoas e o de desaparecidos passou a ser de 279. Até o momento foram 192 pessoas resgatadas e 386 localizadas.

Ainda esta manhã, foram cumpridos cinco mandados de prisão contra funcionários ligados à Vale. Dois deles são engenheiros que atestaram a segurança da barragem.

A tragédia

Uma barragem de rejeitos de mineração da mineradora Vale rompeu nesta sexta-feira (25) em Brumadinho, cidade localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. O rompimento foi na região do córrego do Feijão, na altura do km 50 da rodovia MG-040. Fotos enviadas por moradores da região aos Bombeiros mostram uma grande quantidade de lama atingindo casas.

Após o rompimento, enxurradas de resíduos de mineração e água atingiram casas, estruturas da empresa, incluindo um refeitório, e veículos, cobrindo-os em segundos. Entre as vítimas, estão moradores da região, funcionários da Vale e hóspedes de uma pousada localizada na área.

Uma nova sirene disparou na madrugada de domingo (27) alertando moradores da região que deixassem suas residências. Havia o risco de rompimento de uma segunda barragem. No entanto, horas depois, outro desastre foi descartado e eles puderam retornar às respectivas residências.

A barragem 1, que se rompeu, é uma estrutura de porte médio para a contenção de rejeitos e estava desativada. Seu risco era avaliado como baixo, mas o dano potencial em caso de acidente era alto. Há grande dificuldade para realizar buscas na região em função da densidade da lama, então bombeiros atuam com cuidado na área.

Nesta segunda (28), os primeiros corpos começaram a ser enterrados. No cemitério Parque das Rosas, desde que a tragédia ocorreu, 98 covas foram abertas às pressas para comportar as vítimas fatais. (Com informações da AFP)

Fonte:Yahoo

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