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Manutenção de refinaria da Petrobras deixa aviões agrícolas parados

Manutenção de refinaria da Petrobras deixa aviões agrícolas parados
16.01.2019 07h46  /  Postado por: Roger Nicolini

A manutenção de uma refinaria da Petrobras está impedindo o trabalho de centenas de aviões de pequeno porte pelo Brasil.

Aviões agrícolas deveriam estar aplicando produtos químicos nas lavouras de cana-de-açúcar em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Mas, por falta de combustível, estão parados. Outros oito aviões nem conseguiram voltar das fazendas.

No aeroporto de Campo de Marte, em São Paulo, o estoque do combustível deve durar até quarta-feira (16). Um problema que se espalha pelo país.

“A estimativa do sindicato são 200 aeronaves agrícolas que estão paradas esperando alguma solução e mais umas 300 aeronaves no Brasil que estão racionando, que estão atendendo somente a alguma emergência, atendendo alguns clientes prioritários e não estão conseguindo aceitar novos clientes. Então é o número que tende a ficar cada vez maior dos que estão parados”, afirmou Gabriel Colle, diretor executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag).

O avgás, conhecido também como gasolina da aviação, é usado em metade da frota de aviões agrícolas do país e, desde o início de dezembro, esse combustível tem sido cada vez mais difícil de encontrar. O motivo? A única refinaria do Brasil que produz esse tipo de gasolina está com a linha parada para a manutenção.

A Refinaria Presidente Bernardes, da Petrobras, fica em Cubatão, na Baixada Santista, e entrou em manutenção em novembro de 2018.

O Brasil tem a segunda maior frota de aviões agrícolas do mundo, só perde para a dos Estados Unidos. A falta do combustível acontece em um momento crucial para as lavouras de arroz, cana e soja.

“Esse momento é muito parecido com o momento da vacinação, onde é importante dar uma vacina para proteger suas colheitas que virão o logo mais”, explica Flávio Pires, presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral.

Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul são os estados mais afetados. Na sexta (11), a Agência Nacional de Petróleo informou ao setor que a refinaria da Petrobras realizará importações mensais de cinco milhões de litros até normalizar a operação, o que deve acontecer somente em agosto.

Nesta segunda-feira (14), a Petrobras afirmou que a parada foi programada e que os cinco milhões de litros já estão liberados para a venda em Santos e pronta entrega às distribuidoras e que, para suprir a alta demanda da safra agrícola, já importou 11 milhões de litros do produto, além de mais duas novas entregas para o final de janeiro e fevereiro.

A empresa informou ainda que podem ocorrer atrasos pontuais na entrega, já que se trata de um processo de importação de um produto específico.

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