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Foragidos do Presídio Regional de Passo Fundo têm 467 anos de penas para cumprir

Vinte e sete segundos: esse foi o tempo para criminosos arrebentarem o portão do Presídio Regional de Passo Fundo e 17 presos escaparem correndo durante o fim de semana. Condenados por crimes como assalto, homicídio e latrocínio (roubo com morte), cruzaram a saída da cadeia às 4h12min de sábado (12). Até a noite desta segunda-feira (14), nenhum havia sido recapturado.

Junto, o grupo que escapou soma, pelo menos, 467 anos, sete meses e 11 dias de condenação, segundo o Tribunal de Justiça (TJ). Fora o período no qual ficaram encarcerados, os homens deveriam permanecer pelo menos 345 anos na prisão (veja mais detalhes no quadro abaixo).

Um deles, Eliseu Benites, tem condenação por latrocínio. O gerente de um supermercado foi morto com dois tiros durante assalto em junho de 2012, em Ijuí. Entre os foragidos, Cesar Morais da Silva acumula a maior pena, com 79 anos e 11 meses a cumprir, e na sequência está Rafael Lopes dos Santos, com 72 anos em condenações.

— A grande maioria é formada por assaltantes de alta periculosidade. Alguns têm mais de 70 anos de prisão de cumprir. Uma boa parte também tem homicídio. Foi escolhido a dedo cela para a fuga — afirma o delegado Diogo Ferreira.

A polícia apura se os foragidos foram autores dos roubos de dois carros na madrugada de domingo. Os veículos foram levados em um parque, a oito quilômetros do presídio. O proprietário da S10, usada para derrubar o portão, teria sido vítima de um golpe, em dezembro, após colocar o veículo para venda na internet.

— Essa caminhonete havia desaparecido e apareceu agora. Estamos investigando essa circunstâncias também — explica o delegado.

A sindicância aberta pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) para apurar as circunstâncias da fuga tem 60 dias para ser concluída. No domingo, o administrador do presídio Renato Garlet disse que os agentes efetuaram disparos de calibre 12 para tentar evitar a fuga.

— Quando chegaram no portão, foram recebidos a tiros — afirmou.

Um vídeo captado por uma câmera de segurança que gravou a fuga, no entanto, não mostra troca de tiros. Nesta segunda-feira, procurado pela reportagem, Garlet informou que não estava autorizado a se manifestar sobre a fuga. A assessoria de imprensa da Susepe negou tiroteio. A Polícia Civil apura as circunstâncias da fuga e solicitou ao presídio as imagens do circuito interno:

— É um presídio superlotado, com fragilidades. Vamos investigar quem organizou a fuga, quem são os responsáveis do lado de fora, além dos que fugiram. Também vamos verificar como se deu a fuga, se teve alguma falha. No vídeo divulgado não vi tiro nenhum — afirma o delegado Diogo Ferreira.

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