A produção de grãos do Rio Grande do Sul deve ser maior em 2018/2019 do que na temporada anterior, de acordo com o boletim de outubro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A colheita no Estado deve variar entre 33,5 milhões e 35 milhões de toneladas, que representariam, respectivamente, expansão de 1% a 5,5% em relação a 2017/2018. A previsão para o País é de alta entre 2,5% e 4,7%.
A previsão de colheita é explicada, pela variação no plantio – entre uma redução de 1,1% (limite inferior) e ganho de 2,5% (limite superior). O que garantirá o aumento na produção é o ganho projetado em 2,5% da produtividade.
As estimativas de área plantada variam por ser esse o primeiro boletim da safra de 2018/2019, divulgado pela Conab. Além disso, o plantio da safra de verão ainda está no início, não havendo uma definição quanto ao terreno que será cultivado no País e no Estado.
Na soja, principal produto gaúcho, a estatal enxerga a continuidade no crescimento da cultura graças à liquidez na venda da oleaginosa e aos preços ainda estarem em patamares considerados bons pelos produtores. No Rio Grande do Sul, que ainda não começou a semeadura, a expansão deve ser pela abertura de novas áreas. A estatal não trabalha com a ideia de redução de área, com o limite inferior sendo a própria área de 2017/18 (5,7 milhões de hectares) e o limite superior, 5,86 milhões de hectares, o que representaria um acréscimo de 3%.
Como a temporada passada foi de quebra em algumas regiões, em especial no Sul do Estado, a produtividade da soja também deve aumentar consideravelmente nesta safra, chegando 3.153 kg/ha, alta de 4,6%. A colheita da oleaginosa deve variar entre 18 milhões e 18,5 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul.
No milho, puxado pelos bons preços da safra passada, a estatal também enxerga tendência de crescimento na área plantada, mas não descarta a possibilidade de redução. Os cenários vão de 714 mil hectares (-2%) a 757 mil hectares (+3,9%) que, com ganho de produtividade de 7,6%, para 7.135 kg/ha, garantem o aumento da colheita em ambos os casos. Os gaúchos devem colher entre 5,1 milhões e 5,4 milhões de toneladas, que representariam crescimento de 5,5% e 11,8% sobre a safra passada, respectivamente.
Segundo a Conab, a semeadura do milho já atinge 45,6% da área prevista, com regiões, como a fronteira com a Argentina, com o plantio já praticamente completo. As condições até aqui são vistas como “adequadas”, com menor incidência de ataques de lagartas em relação a 2017/18 graças ao frio.
Já o arroz tem perspectiva contrária, de redução no terreno cultivado. Com menos de 5% da cultura semeada, a tendência é de redução na área, por conta das dificuldades preço e comercialização da safra passada, com lavouras tradicionalmente orizícolas sendo destinadas à soja.
A área plantada com o cereal é estimada entre 1 milhão (-6,9%) e 1,1 milhão de hectares (+0,9%). A produtividade também deve cair, chegando a 7,7 mil kg/ha, redução de 1,1%. Dessa forma, a colheita gaúcha do arroz deverá cair, restando a definição quanto à magnitude da queda. A produção é estimada entre 7,7 milhões (-8,6%) e 8,4 milhões de toneladas (-0,9%).
No Brasil, a estimativa inicial da Conab é de um novo crescimento na produção total de grãos, variando entre 233,5 milhões de toneladas (+2,5%) e 238,5 milhões de toneladas (+4,7%). O ganho de área plantada ficará entre 0,2% (chegando a 61,9 milhões de hectares) e 2,3% (para 63,1 milhões de hectares) e, a produtividade média, é estimada pela Conab em 3.776 kg/ha, aumento de 2,3% sobre a safra passada.
Fonte: Jornal do Comércio RS