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Proibição do glifosato levará à desobediência no campo, adverte ministro

Proibição do glifosato levará à desobediência no campo, adverte ministro
17.08.2018 06h46  /  Postado por: upside

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Blairo Maggi, falou, no âmbito do Congresso Mundial de Ciência do Solo, sobre o problema a respeito da crise do glifosato no Brasil, que poderá trazer problemas para o campo caso não seja resolvido.

Segundo ele, esse é um dos assuntos que mais preocupam a produção brasileira e a agricultura neste momento. 95% das áreas de soja no Brasil utilizam glifosato para preparar o solo e fazer plantio direto. Se não houver glifosato, ou não haverá plantio ou os produtores irão fazer uma desobediência civil no campo.

Maggi lembra que a agricultura brasileira não possui ferramentas para voltar ao modelo antigo ou um produto químico para substituir o glifosato com a mesma eficiência. O Ministério, junto com a Advocacia-Geral da União, tem se empenhado para derrubar a liminar, já que ele acredita que “não há saída sem o glifosato”.

“O glifosato é que dá toda a viabilidade de fazer plantio direto e seguir com as culturas”, disse o ministro. “Sem ele, não tem outro instrumento. Nem há mais grade e arado nas fazendas. Seria, também, um desastre ecológico muito grande”.

Neste momento, perdura a liminar estabelecida. Contudo, Maggi lembra que, caso a Anvisa determine que o produto deve ser banido, a agricultura deverá ter um tempo para se adequar. No entanto, o ministro está disposto a levar a questão até o Supremo Tribunal Federal (STF), se for o caso.

China x Estados Unidos

Ele também comentou a questão em torno da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Maggi aponta que o Brasil ganha neste momento porque os prêmios são maiores, mas com a ausência dos norte-americanos, não há atividade econômica na bolsa e os preços enfrentam grandes quedas.

Com isso, poderá haver encarecimento da ração e perda de competitividade no esmagamento, de forma que ele espera que a questão seja resolvida rapidamente.

Pela decisão proferida no dia 3 de agosto, a Justiça determinou que a União suspenda, no prazo de 30 dias, o registro de todos os produtos que utilizam o glifosato e outras substâncias até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conclua os procedimentos de reavaliação toxicológica.

“Isso (que dizem do glifosato) é lenda urbana. É um produto absolutamente seguro, usado há anos na agricultura e desde que me conheço por gente”, acrescentou o ministro.

A decisão envolve companhias como a Monsanto, que comercializa, por exemplo, a soja transgênica resistente ao glifosato –plantada há anos em larga escala no Brasil, o maior exportador global da oleaginosa.

No Brasil também há autorizações para plantio de milho e algodão resistentes ao glifosato.

Nesta semana, representantes do setor de defensivos agrícolas e autoridades foram unânimes em dizer que essa decisão não deve se sustentar.

O ministro lembrou que o governo está trabalhando para derrubar a decisão judicial.

Em nota técnica, o Ministério da Agricultura avaliou que a Justiça Federal tomou a decisão com subsídios insuficientes. A pasta lembrou que o glifosato é um herbicida de uso disseminado na agricultura mundial, representando mais de 50 por cento de todas as aplicações de agrotóxicos e afins no Brasil e no mundo.

Na avaliação do advogado especialista no setor Frederico Favacho, produtores que eventualmente venham a utilizar um produto com registro suspenso pela Justiça poderiam enfrentar riscos legais.

A Anvisa afirmou à Reuters que está reavaliando o glifosato, mas não forneceu um prazo para anunciar resultados.

Fonte e foto: Notícias Agrícolas.

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