Juiz argumenta que Jerônimo Goergen não é fazendeiro e o impede de interpelar Lula
O juiz Lucas Maltez Kacnhy, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, resolveu dar um cala a boca no deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS).
O parlamentar foi à Justiça cobrar explicações judiciais de Lula, que acusou fazendeiros de terem dois prazeres: “receber dinheiro e dar calote”.
A frase foi proferida durante um evento em Santa Maria (RS), no dia 20 de março. O petista aproveitou a visita ao município onde o agronegócio é pungente para soltar a bomba.
Goergen entrou com um pedido de interpelação a Lula para exigir que ele especificasse a quem se referia quando falava em “fazendeiros”.
Mas o Dr. Lucas Maltez Kacnhy pôs fim à pendenga numa canetada. O juiz argumentou que o deputado não tem legitimidade para cobrar explicações do petista por não ser fazendeiro e, portanto, não ter sido atingido pela acusação.
O magistrado assim justificou a curiosa decisão:
“O autor é deputado federal, sem que tenha referido também atividade rural em grande escala (fazenda, fazendeiro) como atuação profissional. Disse apenas que pertence à família de agricultores, o que não inclui o conceito de fazendeiro. Caberia, em tese, aos familiares do autor, se fazendeiros, ajuizar a interpelação, não ao autor”.