Delegado fala sobre casos de assédio envolvendo prefeito de Não-Me-Toque
O delegado de polícia civil Gerri Adriani Mendes, que é titular na cidade de Não-Me-Toque, e vai assumir a função de delegado regional de polícia a partir do dia 06 de abril, substituindo Edison Tadeu Cezimbra que sai para se desincompatibilizar devido a legislação eleitoral, pois pretende concorrer em 07 de outubro, concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira em Carazinho, na sede da regional de polícia, para informar sobre a investigação referente a dois casos de assédio sexual envolvendo o prefeito de Não-Me-Toque, Armando Carlos Roos.
Segundo ele há dois casos distintos, ambos referentes a mulheres que atuaram na administração municipal, e um deles que teve o vídeo vazado nas redes sociais no dia de ontem, bem como documentos referentes ao registro da ocorrência e à orientação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul para proceder a investigação, pois o prefeito dispõe de foro privilegiado, ou seja ireito adquirido por algumas autoridades públicas, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, garantindo que possam ter um julgamento especial e particular quando são alvos de processos penais.
Fatos
O primeiro registro de ocorrência ocorreu na metade de 2017, por parte de uma servidora do município de Não-Me-Toque que disse ter recebido propostas sexuais que se não fossem correspondidas, ela sofreria retaliações, como perda de uma função gratificada. Ela não representou no momento, mas retornou cerca de três meses depois. Foi lavrado o termo, e remetido ao TJRS para que autorizasse a apuração do crime, e por parte do Ministério Público que procedesse a denúncia. Na sequência surgiu o segundo registro de assédio sexual, através de auxílio prestado à suposta vítima em atendimento realizado na cidade de Carazinho para auxílio a mulheres vítimas de agressão.
Conforme o delegado Gerri Adriane a vítima forneceu vários documentos que mostravam essas tratativas inclusive o vídeo que havia sido gravado há um ano atrás, quando da contratação dela, no qual são se percebe pelos diálogos que havia um condicionamento à contratação dela, desde que houvesse uma reciprocidade nessa proposta sexual. Ela foi questionada sobre o motivo de ter feito a gravação, e argumentou que já havia conversado com o prefeito e havia ficado claro que a sua contratação seria em troca de favores sexuais.
Novamente a polícia juntou toda a documentação e remeteu para o TJRS, solicitando autorização de novas diligencias, enfim, do procedimento legal.
Vazamento
O delegado afirma que não sabe como houve o vazamento das informações referentes ao caso, seja o vídeo, sejam os documentos que também foram compartilhados pela rede social, que isso ”fere as normas legais”, mas lembra que todo esse material esteve ao alcance da parte interessada.
Ouça no player acima a reportagem de Tiago Trindade na entrevista coletiva do delegado.