Farsul defende manutenção da Lei Kandir para manter as exportações
Vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira repetiu nesta quarta-feira, 06, no balanço de final de ano na entidade, a frase que se tornou mantra para os produtores ao longo dos últimos 12 meses: “safra cheia, bolso vazio”.
Para a pecuária, no entanto, Pereira vê apenas boas perspectivas, como a ampliação de vendas para novos mercados, especialmente na Ásia, além do fato de o setor ingressar 2018 já recuperado dos inúmeros problemas deste ano Operação Carne Fraca, embargos internacionais, crise da JBS e baixo preço da arroba. O único entrave previsto é para a produção de leite, devido à continuidade do grande volume de importações de lácteos do Uruguai.
O temor maior do setor agropecuário, no entanto, vem de questões tributárias. Paira no ar o possível fim da Lei Kandir, o que traria a retomada da cobrança de ICMS sobre exportações de produtos primários, semielaborados e serviços, medida de impacto direto no agronegócio. “O Brasil deve ser o único país que exporta impostos e, depois de corrigir essa distorção, tenta voltar a aplicá-la”, critica Pereira. Com a baixa competitividade brasileira, são os produtores de nações vizinhas que permanecerão abastecendo boa parte das gôndolas brasileiras, por exemplo, com arroz.
Pereira projetou uma safra menor para 2018. Disse que a manutenção da Lei Kandir é fundamental para a agricultura brasileira.
A reportagem é de Eduardo Leães, da Rádio Agert.
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