Farsul prevê que o PIB do agronegócio gaúcho deverá crescer 8,9% este ano
Safra um pouco mais enxuta e preços melhores é o que espera a Federação da Agricultura do Estado (Farsul) para 2018, quando deverá ocorrer retração de 3,89% no PIB agropecuário. O relatório foi divulgado nesta quarta-feira, 06 A supersafra brasileira no ciclo 2016/2017 elevou a produção às alturas e derrubou os preços a um patamar que penalizou produtores, de acordo com a entidade. No Rio Grande do Sul, foram 36,6 milhões de toneladas de grãos colhidas neste ano (alta de 14,8% em relação ao ano anterior), mas o valor bruto da produção caiu cerca de 7% no mesmo período.
Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul, explicou a frase com os números consolidados do cenário neste ano. Para colher mais, o agricultor também gastou mais com insumos, máquinas, manutenção, mão de obra e transporte. Ou seja, investiu mais e recebeu menos. “O produtor colheu, em média, 14% mais, porém os preços pagos a ele caíram 25%. Ou seja, uma coisa não compensou a outra”, explicou Luz.
Para os grãos, dois entre os maiores dilemas da próxima safra são o clima e o milho. Sobre o clima, paira a possibilidade de ocorrência do La Niña e de poucas chuvas na região Sul do Brasil. Sobre o milho, a maior dúvida é referente ao impacto que a redução de plantio no Estado terá para o setor de carnes em geral. É possível que a área semeada com o grão no Rio Grande do Sul, no ciclo 2017/2018, seja uma das menores da história.
Um dos problemas apontados pela Farsul é que os custos de produção na Argentina, no Uruguai e no Paraguai são significativamente menores do que aqui. No caso da soja, por exemplo, o custo de produção chega a ser 153% maior no Brasil em relação ao custo argentino, e 63% do uruguaio, apontou estudo da entidade.
O economista-chefe da entidade, projetou preços melhores para os produtos agrícolas em 2018. Destacou o crescimento do PIB gaúcho este ano.
A reportagem é de Eduardo Leães, da Rádio Agert.
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