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Armazenamento de soja no RS ficará meio a meio entre cooperativas e cerealistas

23.11.2017 06h52  /  Postado por: upside

Depois de crescimento de dois dígitos na safra passada, o armazenamento da soja nas cooperativas do Rio Grande do Sul deverá se manter estável no ciclo 2017/2018, que está sendo semeado. A previsão é de que metade do volume total colhido – estimado em até 17,68 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento – seja depositado em silos do segmento. 

O percentual se assemelha ao deste ano, quando a produção alcançou 18,71 milhões de toneladas. No ciclo 2016/2017, a participação do segmento no recebimento do grão havia aumentado 14% em relação ao período anterior.

– Na safra passada, tivemos uma expansão muito forte das cooperativas na armazenagem da soja. Quando cresce muito em um ano, é normal ficar mais estável no outro. É uma reacomodação – pondera Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro-RS).

Uma das explicações para a estabilidade também vem das projeções feitas para a produção, que deverá encolher, em razão da menor produtividade estimada para o atual ciclo. Com menos volume à disposição, a disputa será mais acirrada, avalia Pires. 

A Associação das Empresas Cerealistas do Estado (Acergs) também estima manutenção da quantia depositada, que foi de 52% neste ano. Há, no entanto, preocupação com eventual falta de espaço para os grãos.

– Devemos ficar com o dobro do estoque de passagem. Com certeza, vamos chegar em 2018 com trigo e soja estocados. Ano a ano, a safra gaúcha aumenta e nossos armazéns seguem estagnados – lamenta Vicente Barbiero, presidente da Acergs.

Neste ano, com a supersafra colhida e estoques também em alta, já houve dificuldade de estocagem e, em muitos locais do Estado, a soja teve de ser depositada a céu aberto.

Barbiero esteve até esta quarta-feira em Brasília, onde fez pressão para que o governo libere os R$ 300 milhões anunciados no Plano Safra para financiamentos específicos de armazenagem das cerealistas. Segundo Barbiero, cerca de 30 projetos estão parados, à espera de recursos para sair do papel.

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