Termina a greve dos Correios
A maioria dos sindicatos de trabalhadores dos Correios decidiu nessa sexta-feira aceitar a proposta de acordo apresentada pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho) e encerrar a greve iniciada no dia 20 de setembro.
Segundo a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), dos 31 sindicatos filiados, 24 já realizaram assembleias e votaram por aceitar a proposta e encerrar a paralisação.
O secretário-geral da Fentect, José Rivaldo da Silva, afirmou que os trabalhadores dos Correios voltarão ao trabalho em todo o país na segunda-feira. “Já temos quórum para assinar o acordo, mas a volta ao trabalho é na segunda-feira”, disse.
Das assembleias realizadas, as de 3 sindicatos votaram por rejeitar a proposta: Piauí, Mato Grosso e Campinas. Mas também nestes locais, os trabalhadores retornarão ao trabalho a partir de segunda-feira. “Eles rejeitaram, mas com retorno ao trabalho”, disse Silva.
A assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho 2017/2018 pela empresa e federações representantes dos trabalhadores está prevista para a próxima terça-feira.
A proposta de acordo prevê, entre outros pontos, reajuste de 2,07% (INPC) retroativo ao mês de agosto de 2017, compensação de 64 horas (8 dias) e desconto dos demais dias de ausência.
Efeitos da greve
Os Correios informaram que neste fim de semana será realizado mais um mutirão com a expectativa é de entregar aproximadamente 5 milhões de cartas e encomendas atrasadas.
Os serviços mais afetados durante a paralisação foram os de hora marcada. No período, foram suspensos: Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje, Disque Coleta e Logística Reversa Domiciliária.
Crise nos Correios
Os Correios enfrentam uma severa crise econômica. Nos últimos dois anos, os Correios apresentaram prejuízos que somam, aproximadamente, R$ 4 bilhões. Desse total, 65% correspondem a despesas de pessoal.
Neste mês, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu que existe a possibilidade de privatizar os Correios, mas afirmou que ainda “não há uma decisão tomada”, já que “isso é uma coisa que tem que ser tratada com muito cuidado”.
Em 2016, os Correios anunciaram um PDI (Programa de Demissão Incentivada) e pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao programa.
A estatal alega ainda que o custeio do plano de saúde dos funcionários é responsável pela maior parte do déficit da empresa registrado nos últimos anos. Hoje a estatal arca com 93% dos custos dos planos de saúde e os funcionários, com 7%.
A crise atingiu também o Postalis (Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos), fundo de pensão dos funcionários da estatal, que teve intervenção decretada pelo governo após prejuízos e denúncias de fraudes em investimentos em desacordo com a política interna do Postalis.