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Polícia conclui inquérito sobre desaparecimento de família em Colorado sem encontrar os corpos

A Polícia Civil concluiu nesta quinta-feira (22) o inquérito a respeito do desaparecimento de uma família carazinhense no interior de Colorado. Márcia Johan (40), Maria Johan (15) e Roberto Terres (42) não são vistos desde a noite de 24 de maio, quando foram até uma propriedade rural na localidade de Vista Alegre e acabaram recebidos a tiros. Um vizinho dos três estava junto e, conforme relato à polícia, conseguiu escapar dos tiros correndo por uma lavoura. Desde que o fato veio à tona, a polícia considera que a família foi morta a tiros e o principal suspeito é um homem de 47 anos, que residia no local onde o tiroteio aconteceu. O suspeito teve prisão preventiva decretada pela Justiça ainda na semana do desaparecimento, mas acabou preso pela Polícia Civil somente no último dia 13 durante ação de monitoramento. Como o réu estava preso, ontem esgotava o prazo para que a Polícia concluísse o inquérito e remetesse para o Poder Judiciário. “Ele foi indiciado por triplo homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O acusado se encontra preso no presídio de Espumoso”, explica o delegado de polícia Ednei Albarello, responsável pelas investigações. O caso foi encaminhado para a Comarca de Tapera, que possui abrangência em Colorado. Avanços na investigação Depois da prisão do principal suspeito, que segundo Albarello não agiu sozinho, a polícia avançou nas investigações. “A perícia realizou análise no carro do suspeito, uma Strada que foi encontrada abandonada a um quilômetro da casa onde o Flávio residia. Os peritos realizaram um trabalho com o luminol, que aponta a presença de sangue em determinada superfície mesmo que o local seja limpo. O produto teve resultado reagente no volante, maçaneta e parte do banco da Strada, indicando a forte possibilidade de que seja sangue”, revela o delegado. Os locais onde o luminol teve resultado reagente foram retirados e enviados para outra análise, onde os peritos vão tentar extrair o DNA. “Já coletamos amostras de parentes das vítimas. Caso se encontre DNA no carro, faremos a comparação com o material dos familiares das pessoas desaparecidas”, acrescenta Albarello. Outro avanço no trabalho da polícia foi a localização de três projéteis em uma árvore na frente da casa onde ocorreu o tiroteio. “Preliminarmente, podemos afirmar que esses projéteis são de um revólver calibre 22, mesma arma que estava em poder do suspeito quando ele foi preso na semana passada. Aguardamos agora o resultado de uma balística para saber se esses projéteis partiram da arma que estava com o suspeito”, explica o delegado. Outras perícias A Polícia Civil também aguarda o laudo da perícia no veículo Gol da família desaparecia. O carro foi encontrado queimado próximo ao Rio Jacuí em Mormaço poucos dias após a família não ser mais vista. Outro trabalho pericial aconteceu na casa onde o tiroteio ocorreu. O local foi incendiado no dia seguinte à prisão do acusado. “Não é possível ainda afirmar quem ateou fogo, mas a hipótese de incêndio criminoso é a mais plausível”, pontua o delegado. Vítimas desaparecidas Na semana passada, ao comentar a prisão do suspeito, o delegado responsável pelo caso já havia dito que a possibilidade dos três desaparecidos serem encontrados com vida era praticamente zero. “O trabalho de investigação aponta que de fato é muito difícil encontrarmos a família com vida. O suspeito negou vinculação com o crime e tampouco falou algo que pudesse levar à localização dos corpos, alegando que só falaria em juízo”, afirma Albarello. O vizinho, que escapou dos disparos, é considerado vítima de tentativa de homicídio. Tanto o acusado como Terres tinham envolvimento com o tráfico de drogas, o que leva a Polícia a considerar a hipótese de que o tiroteio tenha acontecido motivado por alguma desavença relativa a esse crime.

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