Delator diz ter repassado R$ 1,5 milhão de propina de Aécio para campanha de Sartori
Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, o executivo da JBS Ricardo Saud diz ter repassado R$ 1,5 milhão em propina à campanha do governador José Ivo Sartori. O pagamento, feito a pedido de Aécio Neves (PSDB-MG), que concorria à Presidência, teria ocorrido na campanha de 2014, como “doação oficial dissimulada”.
Trata-se de um trecho de 26 segundos do interrogatório, gravado em vídeo, no qual o delator está detalhando uma série de pagamentos para candidatos de todo o país.
— Uma coisa aqui que você vai achar engraçada: o Aécio pediu pra dar R$ 1,5 milhão para o PMDB do Rio Grande do Sul — diz Saud.
— Mas o PMDB já não estava com o PT? — pergunta o procurador.
— Só que lá o Ivo Sartori era dissidente, porque o PT tinha candidato lá. Aí, Aécio deu R$ 1,5 milhão desse dinheiro, dessa propina, pro Sartori.
— Entendi. Doação oficial?
— Doação oficial, dissimulada — responde o executivo
CONTRAPONTO
Em nota, o coordenador financeiro da campanha de Sartori, João Carlos Bona Garcia, reconhece o recebimento do dinheiro, declarado à Justiça Eleitoral. “As doações recebidas da empresa JBS pela campanha José Ivo Sartori foram realizadas dentro da legislação vigente, sendo efetivadas através de transferência eletrônica, saindo da conta da empresa diretamente para a conta da candidatura, bem como emitidos os respectivos recibos eleitorais, conforme informações contidas na prestação de contas do candidato e constantes no site do TRE. A origem dos valores foi dada como legal pela empresa”, diz o texto.