Duas semanas após deixar governo do Estado PDT ainda ocupa cargos
Duas semanas depois de o PDT decidir sair do governo José Ivo Sartori (PMDB), os pedetistas continuam ocupando cargos em comissão (CCs) no Executivo – inclusive a chefia da Secretaria Estadual de Educação, ocupada por Luís Antônio Alcoba (PDT).
Na semana passada, isso chegou a gerar desconforto, tanto entre membros do PDT quanto na base aliada. O presidente estadual do PDT, deputado federal Pompeo de Mattos, disse que a relação entre a sigla e o Palácio Piratini passa por “um período de transição”. “O ex-secretário (de Obras, Saneamento e Habitação) Gerson Burmann (PDT) e sua equipe já entregaram os cargos. Mas ainda temos cargos, porque o governador ainda não escolheu os nomes para esses postos”, afirmou Pompeo. O líder do governo na Assembleia Legislativa, Gabriel Souza (PMDB), sustenta a mesma tese: “Não dá para tirar, por exemplo, engenheiros envolvidos com projetos sem ter outros para substituí-los, senão os serviços ao cidadão podem ficar paralisados”, ponderou Souza.
Quanto à permanência de um membro do PDT no primeiro escalão, o presidente estadual da legenda acredita que Alcoba entregue o comando da pasta até o final do mês. “O Alcoba está lá mais por vontade do governador do que nossa. Mas, até o final do mês, devemos ter entregue os postos”, projetou Pompeo.
O discurso do líder do governo e do presidente do PDT diminuem o atrito causado pelo assunto na semana passada. A deputada estadual Juliana Brizola (PDT) criticou em sua conta no Twitter os correligionários que ainda não entregaram os postos no governo: “Sair do governo é fácil. Quero ver largar os cargos, ser oposição e honrar o trabalhismo. Sejamos honestos”.
Entre os parlamentares governistas, o deputado estadual Edson Brum (PMDB) também reclamou da permanência dos pedetistas, questionando por que não entregavam os cargos. Enio Bacci (PDT) sustentou que os correligionários não têm que pedir demissão, pois “o ônus de demitir os CCs (do PDT) é do Palácio Piratini”.
A Casa Civil não respondeu à reportagem se pretende exonerar os pedetistas que ocupam CCs ou esperar que peçam demissão.