Adesão ao crédito rural registra queda no âmbito do Pronaf e Pronamp no Estado
O volume de produtores gaúchos que acessam crédito via banco sofreu decréscimo de 11% no Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e de 19% no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) durante o Plano Safra 2016/2017. “Isso não significa que os produtores deixaram de plantar, mas eles passaram a buscar financiamento direto nas empresas fornecedoras de insumos”, interpreta o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva. Silva esteve reunido na manhã desta terça-feira, 18 com o secretário Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Caio Rocha, e o secretário especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário, José Ricardo Roseno, para discutir o Plano Safra e a comercialização da produção.
O presidente da Fetag destacou que, se a situação climática não tivesse sido favorável à colheita, 29% dos pequenos e médios agricultores do Estado estariam com dificuldades de cumprir os compromissos assumidos junto ao mercado. Na avaliação do dirigente, o custo do financiamento aumentou muito no último Plano Safra e “não está valendo a pena” para os produtores. Ele aponta que o seguro do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) passou de 2% para 3%, enquanto os juros do Pronaf aumentaram, em média, 1,5% para o custeio e 2,5% para investimentos. “Montamos um Grupo de Trabalho, com participação dos ministérios do Planejamento e da Fazenda, além da Casa Civil para discutir questões, como a ampliação do teto para a terra: dos atuais R$ 80 mil para até R$ 140 mil”, anunciou Roseno.
Um dos gargalos do crédito rural oferecido pelo governo é a dificuldade de chegar nos produtores. Apenas 50% dos agricultores familiares do País acessam os financiamentos, segundo secretário especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário, José Ricardo Roseno.
Para o Secretário Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Caio Rocha, o governo precisa trabalhar com a noção de que o País tem regiões com características diferentes. O crédito do Plano Safra 2016/2017 para agricultura famíliar, que está para ser concluído em junho, foi de R$ 30 bilhões. Deste montante, R$ 15 bilhões estão nos três estados da Região Sul. “Por isso, estamos fazendo uma avaliação com sintonia fina entre nossas equipes técnicas, para avaliar a questão do crédito fundiário, revisando o programa, para que ele tenha melhores condições”, prometeu o gestor.