Cesa abre temporada de venda de 18 silos
Com três editais já lançados e outros três previstos ainda para o primeiro semestre, a Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) abriu a temporada de vendas que deve culminar com a posterior extinção do órgão. Com os processos de alienação das unidades de Júlio de Castilhos, no dia 10, e de Santa Rosa, nesta semana, a companhia anunciou oficialmente a intenção de encerrar suas atividades o mais breve possível. Ou seja, assim que fechar a venda de seus 18 silos e armazéns ainda operantes no Rio Grande do Sul.
Depois de acordar com a Justiça do Trabalho, em 2016, acerto que reduziu em 60% a dívida de uma ação coletiva de quase R$ 300 milhões, movida por um grupo de funcionários, a companhia agora se empenha em converter silos e armazéns em dinheiro. No primeiro lote de patrimônio a ser vendido além de Santa Rosa e Júlio de Castilhos, unidades em Nova Prata, Cruz Alta, Passo Fundo e Santa Bárbara do Sul. “Esse lote como um todo vale, pelo preço mínimo, cerca de R$ 54 milhões, sendo o mais valorizado deles o silo de Passo Fundo, talvez pela área bastante central onde está localizado”, explica O presidente da Cesa, Carlos Kercher.
O possível recurso obtido com as vendas tem destino certo: o pagamento do acordo trabalhista, que dever ser quitado em, no máximo, 72 vezes, com parcela mínima de R$ 10 mil por trabalhador. Apesar de a safra abundante prevista para este ano trazer boas perspectivas de negócios (e já há interessados nos dois silos oferecidos até agora), vale lembrar que a unidade de Passo Fundo foi oferecida em anos anteriores sem que nenhum interessado aparecesse.
O lote previsto para ter edital lançado no segundo semestre inclui Erechim, São Gabriel (com duas unidades), Bagé, Cachoeira do Sul e Palmeira das Missões. Já os armazéns localizados nos portos de Estrela, Porto Alegre e Rio Grande, onde há concessão federal, o destino para se desfazer dos ativos ainda será melhor estudado. “O mais provável é tentarmos uma parceria para que sejam assumidas por entidades, como o Irga. Rio Grande, por exemplo, é importantíssimo para o escoamento de arroz”, diz Polo. Em Capão do Leão, onde a Cesa mantém um armazém refrigerado para frutas e até mesmo peixe e frango, o maior problema é a própria manutenção atual do local. “O custo de energia elétrica é absurdamente alto para continuar sendo bancado pelos cofres públicos. São cerca de R$ 50 mil por mês em conta de luz”, justifica Kercher. Atualmente, somando 18 unidades ativas, a Cesa possui capacidade para armazenar 60 mil toneladas.
Hoje, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) tenta comercializar a antiga unidade da Cesa em Caxias do Sul, entregue com pagamento de dívidas, e posta à venda por R$ 23,7 milhões. Com cerca de 55 funcionários, a maior parte com tempo de aposentadoria já alcançado, de acordo com Kercher, o fechamento da Cesa não teria maiores problemas com servidores.