Polícia Civil e Brigada Militar prenderam 10,4% menos em 2016
Tanto a Polícia Civil quanto a Brigada Militar (BM) registraram queda no número de prisões realizadas em 2016 no Rio Grande do Sul, sejam por flagrantes, prisões decretadas judicialmente ou por recaptura de foragidos. De acordo com dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública, a BM e a Civil prenderam 10,4% menos se comparando 2016 a 2015 (de 154,3 mil para 138,3 mil).
O número de pessoas presas continuou sendo elevado, abarrotou delegacias que, legalmente não são responsáveis pelo encarceramento,e interrompeu o serviço de patrulha de viaturas da Brigada que precisaram servir de cela provisória aos presos até que vagas fossem liberadas no sistema prisional.
O novo comandante-geral da BM, coronel Andreis Silvio Dal’ Lago, avaliou a queda como positiva, pois entendeu que as prisões e as operações foram mais qualificadas por parte da corporação:
– O número de prisões diminuiu, mas trabalhamos com mais qualidade e atuamos mais na prevenção. Fizemos prisões pontuais com foco na redução nos delitos graves (homicídio, latrocínio e roubo). O chefe da Polícia Civil, Emerson Wendt, concorda com o coronel e relaciona a redução das prisões com a perda de efetivo das polícias e à orientação dada aos agentes de qualificarem as detenções e concentrarem em crimes mais graves.
– Isso se reflete na quantidade cada vez maior de pessoas que permanecem no sistema prisional. Quanto mais grave, maior a manutenção dessa prisão – defendeu.
Apesar da tentativa de qualificar as prisões, muitos detentos seguem se acotovelando em viaturas e em celas improvisadas nas DPs. Esse foi um ponto negativo avaliado pelos diretores dos departamentos da Polícia Civil.
– Falta vaga e os presos permanecem nas delegacias. Nós não podemos receber sobrecarga de uma função que não é da instituição. Esperamos que a Susepe possa gerenciar isso (neste ano), é uma questão de administração no contexto da segurança pública – concluiu Wendt.
Na direção da qualificação do trabalho, o chefe de polícia ressaltou aumento de 25% no número de operações policiais da instituição, que saltaram de 520 para 656 no ano passado. O reflexo se deu em função de um grupo de coordenação operacional implantando para dinamizar as ações contra o crime organizado.
Já o comandante-geral da BM ressaltou o aumento na fatia de prisões de foragidos e de armas apreendidas, que cresceu 4,3% (de 5,6 mil para 5,8 mil). Dentre as apreensões, o destaque foi para os armamentos pesados trazidos pelas fronteiras.